A nota de crédito de Israel poderá ser reduzida se a guerra com o Hamas se expandir para outras frentes, mas se isso não acontecer, o país deverá ser capaz de resistir às consequências econômicas da guerra caso faça mudanças orçamentárias necessárias para compensar gastos elevados, disse um diretor da S&P Global Ratings.
A S&P definiu em outubro a classificação ‘AA-‘ de Israel, mas revisou a perspectiva de “estável” para “negativa”, citando riscos de que a guerra Israel-Hamas pudesse se espalhar mais amplamente, com um impacto mais pronunciado na economia e na situação de segurança do país.
“A perspectiva negativa sobre os ratings implica que atualmente vemos pelo menos uma chance em três de um rebaixamento nos próximos um a dois anos”, disse Maxim Rybnikov, diretor de Títulos Soberanos e de Finanças Públicas de Oriente Médio na S&P, à Reuters por e-mail.
De acordo com ele, caso os riscos geopolíticos e de segurança de Israel aumentem devido a uma escalada da guerra – um confronto direto com o Hezbollah no Líbano ou no Irã isso poderá levar a um rebaixamento.
“Também poderíamos baixar as classificações se o impacto do conflito no crescimento econômico, na posição fiscal e na balança de pagamentos de Israel se revelar mais significativo do que projetamos atualmente”, disse Rybnikov.
Segundo ele, a S&P projeta um crescimento israelense de apenas 0,5% em 2024, além de um déficit orçamentário acumulado de 10,5% do PIB em 2023-2024, “mas há riscos negativos para estas suposições”.