A Suzano (SUZB3), maior produtora de celulose do mundo, apresentou resultados sólidos no terceiro trimestre de 2024, com um Ebitda ajustado de R$ 6,5 bilhões, superando as expectativas de mercado e confirmando sua resiliência em um ambiente global desafiador, mostrou o documento revelado na noite de quinta-feira (25).
As análises do BTG Pactual e da XP Investimentos apontam para uma empresa que, apesar de enfrentar desafios como a desaceleração da demanda chinesa e o aumento nos custos de produção, está posicionada para um crescimento robusto nos próximos trimestres.
Segundo o BTG, o Ebitda da Suzano ficou 3% acima do consenso, o que foi considerado um “beat” pelo mercado. Embora os preços de exportação de celulose tenham ficado 5% abaixo das expectativas, os volumes de exportação superaram as previsões em 3%.
Esse desempenho foi sustentado pela maior demanda asiática, que compensou a queda no consumo de madeira dura na Europa. O banco destacou que a operação do Projeto Cerrado, uma nova planta de celulose, está acima das expectativas de eficiência, o que deve aliviar a pressão sobre os preços da celulose nos próximos trimestres.
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A XP também ressaltou o forte desempenho da companhia, com um aumento de 4% nos volumes de vendas de celulose e 8% nas vendas de papel em comparação ao trimestre anterior. A receita líquida atingiu R$ 12,3 bilhões, um aumento de 5% em relação ao trimestre anterior, impulsionada pela depreciação do real, que compensou os preços internacionais mais baixos da celulose.
Máquina de caixa
O aumento nos custos de produção foi uma preocupação mencionada por ambas as casas de análise. O custo caixa por tonelada de celulose subiu 10% em relação ao trimestre anterior, refletindo o aumento nos custos logísticos e de energia, além de paradas de manutenção e a depreciação do real. A XP destacou que o início da operação da nova unidade de Ribas do Rio Pardo também impactou os custos, com uma adição de R$ 25 por tonelada aos custos de produção.
No entanto, o BTG enxerga o aumento dos custos como temporário, prevendo uma melhora à medida que o ramp-up do Projeto Cerrado progride. O banco ressaltou que, ao excluir os investimentos em crescimento, o fluxo de caixa livre ajustado da Suzano alcançou um rendimento anualizado de aproximadamente 20%, o que evidencia a empresa como uma “máquina” de geração de caixa, mesmo em um ambiente de preços adversos.
Perspectivas
Apesar dos desafios, as perspectivas para o mercado de celulose são otimistas. O BTG Pactual destacou que os preços da celulose estão próximos de um ponto de inflexão, com o mercado começando a reconhecer o impacto positivo do Projeto Cerrado, que deve adicionar 900 mil toneladas de produção em 2024. A XP Investimentos compartilha dessa visão, apontando que a Suzano está bem posicionada para capitalizar a recuperação do ciclo de celulose, com um rendimento de fluxo de caixa livre entre 12% e 15% projetado para 2025-26.
Além disso, a alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, apresentou melhora no trimestre, caindo de 3,5x para 3,2x, conforme relatado pela XP. A expectativa é de que essa relação continue melhorando à medida que a operação do Projeto Cerrado se estabilize e os preços da celulose recuperem.
Tanto o BTG quanto a XP reiteraram sua recomendação de compra para as ações da Suzano. O BTG destacou que a ação está sendo negociada a um múltiplo próximo de 5x EV/EBITDA para 2025, o que é considerado extremamente descontado em comparação ao valor justo de 7x. A XP reforçou que os múltiplos da empresa estão atraentes, considerando especialmente a expectativa de uma melhora significativa no fluxo de caixa livre nos próximos anos.