A Suzano (SUZB3) anunciou na noite desta quinta-feira (3) que o volume de produção de celulose de mercado em 2024 será aproximadamente 4% menor em 2024 quando comparado à sua capacidade produtiva nominal, sem contar a unidade Cerrado.
“Esta decisão se baseia no fato de que tal volume não traria retorno adequado para a companhia em um momento de mercado de celulose mais complexo”, explicou o Diretor Executivo de Finanças e de Relações com Investidores, Marcelo Feriozzi Bacci.
A Suzano disse ainda que a alteração em seu volume de produção não impactará o atendimento de clientes já contratados, assim como fornecedores.
“Cabe destacar que a operação da Unidade Ribas do Rio Pardo (anteriormente denominada Projeto Cerrado) segue conforme esperado e já divulgado ao mercado, mantendo-se previsto um volume de produção de 900 mil toneladas para o ano de 2024”, pontua o comunicado.
Preços da celulose
Para os analistas Ricardo Monegaglia e Felipe Centeno, do Banco Safra, a decisão não é uma surpresa, já que ela repete a mesma estratégia de junho de 2023.
“Achamos que isso ajudará os preços da celulose a se estabilizarem mais rapidamente”, explicam.
Eles veem com bons olhos a decisão da Suzano de manter a estimativa de produção do Cerrado em 900 mil toneladas para 2024.
“Este anúncio não resultará necessariamente em queda para nossas estimativas, uma vez que consideramos uma redução de 300 mil toneladas ano a ano nas remessas de celulose em 2024 (excluindo a contribuição do Cerrado), embora o calendário de manutenção da empresa implique em 2 milhões de toneladas a menos de capacidade (-21%) parando em 2024. A chave aqui é entender o equilíbrio dessas reduções de produção para o restante do ano”, destacam.
A recomendação para as ações da Suzano está em outperform (desempenho acima da média do mercado), o equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 70. O potencial de valorização é de 28%.