O BTG Pactual divulgou análise nesta quinta-feira (9) sobre o mercado de celulose, destacando estabilidade nos preços da fibra curta (hardwood) na Europa em dezembro de 2024, após cinco meses consecutivos de queda. Com o preço mantido em US$ 1.000/t (preços de lista), o setor viu sinais de um possível fortalecimento, impulsionado por ajustes na oferta e iniciativas de aumento de preços anunciadas por grandes produtores latino-americanos para janeiro de 2025.
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Os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi apontam que as condições para aumentos nos preços da celulose estão se consolidando na Europa, com previsão de avanços para valores acima de US$ 550/t (base líquida). O banco reiterou recomendações de compra para as ações de Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), destacando o potencial de valorização com base no fluxo de caixa descontado (DCF) e rendimentos atrativos projetados para 2025.
Veja o que o BTG disse sobre o mercado de celulose
• Estabilidade nos preços encerra ciclo de quedas. Os preços da celulose de fibra curta na Europa permaneceram em US$ 1.000/t em dezembro, encerrando cinco meses de reduções consecutivas. A sazonalidade e paradas programadas nas fábricas contribuíram para a estabilidade.
• Aumentos de preços programados para janeiro. Grandes produtores, como Suzano e Arauco, anunciaram reajustes de US$ 100/t na Europa e iniciativas similares em outros mercados. “Esses movimentos indicam uma tentativa de alinhamento global nos preços”, destacam os analistas.
• Impacto da oferta limitada. A Suzano planeja paradas de manutenção significativas no primeiro trimestre, enquanto a Bracell deve redirecionar 400 kt de capacidade de celulose de fibra curta para celulose solúvel, reduzindo a oferta no mercado.
• Influência do mercado chinês. A paralisação de operações pela Shandong Chenming Paper Holdings devido a dívidas ressalta a fragilidade do mercado na China, contribuindo para ajustes na oferta global.
• Disparidade de preços entre fibras curta e longa. A diferença superior a US$ 450/t entre os preços das fibras curta e longa é um fator que favorece o aumento nos valores da fibra curta, conforme avalia o BTG.
• Reforço na recomendação de compra para Suzano e Klabin. “Ambas as empresas oferecem rendimentos atrativos, entre 9% e 10% para 2025, mesmo assumindo preços de celulose nos menores níveis do ciclo”, afirmam os analistas. O BTG conclui que o cenário para 2025 é favorável, especialmente com a perspectiva de normalização dos preços da celulose e ajustes na oferta, posicionando Suzano e Klabin como destaques no setor.