Os níveis atuais das taxas de juros do Banco Central Europeu são compatíveis com uma redução da inflação para a meta de 2% no médio prazo, uma vez que os fatores que elevaram os preços estão se dissipando, disse o membro do BCE Mario Centeno.
O BCE elevou sua principal taxa de juros na quinta-feira passada para um recorde de 4% e sinalizou que esse provavelmente foi o último aumento, já que a economia da zona do euro está desacelerando.
Em uma entrevista à emissora pública RTP na terça-feira, Centeno disse que, se as taxas de juros atuais forem mantidas, será “um esforço muito significativo no combate à inflação”.
“As taxas do BCE, da forma como estão hoje, são compatíveis com uma inflação de 2% no médio prazo”, disse Centeno.
“Este é o momento para que todos nós tenhamos confiança de que a política monetária seguiu seu curso, a inflação está reduzindo e os fatores que justificaram o aumento da inflação estão se dissipando”, acrescentou.
Ele disse que a inflação foi causada por uma recuperação econômica “bastante rápida” após a pandemia e por choques como os impactos da guerra na Ucrânia e do aumento dos preços da energia.
Centeno disse que o BCE “não está prevendo um novo choque energético que poderia vir do aumento dos preços do petróleo, especialmente porque as economias atuais são menos dependentes do petróleo do que eram há alguns anos”.
A inflação nos 20 países que compartilham o euro foi de 5,2% em termos anuais em agosto, mais do que o dobro da meta do BCE.
Centeno disse que as decisões do BCE serão tomadas a cada reunião com base nas informações disponíveis.