As taxas dos DIs fecharam o dia em baixa firme, pela terceira sessão consecutiva, dando continuidade ao movimento mais recente de retirada de prêmios da curva a termo e em sintonia com a busca global por ativos de maior risco nesta segunda-feira, véspera da divulgação da ata do Copom.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 que reflete a política monetária no curtíssimo prazo estava em 10,56%, ante 10,603% do ajuste anterior.
A taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,105%, ante 11,154% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,455%, ante 11,52%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,98%, ante 12,063%, e o contrato para janeiro de 2033 marcava 12%, ante 12,085%.
Desde a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na quarta-feira passada, as taxas futuras vêm cedendo no Brasil, com o mercado reagindo positivamente ao fato de o colegiado ter decidido manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, de forma unânime.
Para o mercado, a decisão unânime afasta um pouco o risco de um Copom mais tolerante com a inflação a partir de 2025, quando o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, já terá sido substituído.
Nesta segunda-feira o movimento de retirada de prêmios continuou, favorecido ainda pela busca por ativos de maior risco no exterior.
“Aqui no Brasil houve até nova rodada de piora nas expectativas de inflação, conforme o (relatório) Focus, mas o dólar está se desvalorizando frente a moedas emergentes. Parece haver um maior apetite ao risco, com alocação de capital em países emergentes”, comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos. “A semana começou com um ambiente mais tranquilo.”
Pela manhã, o Focus mostrou que a mediana das projeções de inflação do mercado para 2024 subiu de 3,96% para 3,98% e para 2025, de 3,80% para 3,85%.
No caso de 2026, no entanto, houve manutenção da projeção em 3,60%.
Apesar do Focus, as taxas dos DIs se firmaram em baixa ainda na primeira hora de negócios, enquanto no exterior os rendimentos dos Treasuries oscilavam muito próximos da estabilidade.
Investidores também ajustavam posições antes da ata do mais recente encontro do Copom, a ser divulgada na terça-feira.
O documento trará mais detalhes sobre a decisão unânime a respeito da Selic e sobre as perspectivas para a política monetária nos próximos meses.
Perto do fechamento a precificação da curva indicava 87% de chances de manutenção da Selic em 10,50% no próximo encontro do Copom, em julho.
Havia outros 13% de probabilidade precificados no sentido de que o colegiado poderá aumentar em 25 pontos-base a Selic. Na sexta-feira, os percentuais eram de 88% e 12%, nesta ordem.
Às 16h35, o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento caía 1 pontos-base, a 4,244%.