As taxas dos DIs voltaram a subir nesta quarta-feira no Brasil, em mais um dia de pressão para os ativos de países emergentes e de alta firme do dólar ante o real, além de avanço dos rendimentos dos Treasuries no período da tarde.
Nas últimas nove sessões as taxas futuras subiram em sete delas, o que sugere um mercado mais cauteloso no Brasil.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 que reflete a política monetária no curtíssimo prazo estava praticamente estável, em 10,675%, ante 10,677% do ajuste anterior.
Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,58%, ante 11,509% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,835%, ante 11,776%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,2%, ante 12,175%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,19%, ante 12,173%.
Durante a manhã as taxas futuras chegaram a oscilar no território negativo, após terem subido na véspera mais de 15 pontos-base em alguns vencimentos.
No entanto, o dia foi novamente de pressão para os ativos de países emergentes, na esteira das preocupações em torno da economia da China importante comprador global de commodities.
A alta firme do dólar ante o real era um fator de sustentação para a curva a termo.
Pouco depois do meio-dia os rendimentos dos Treasuries também ganharam força, puxando a curva brasileira.
Após marcar a mínima de 11,46% (-5 pontos-base ante o ajuste anterior) às 12h18, a taxa do DI para janeiro de 2026 escalou até a máxima de 11,60% (+9 pontos-base) às 16h13. Em paralelo, o dólar sustentava ganhos acima de 1% ante o real.
“Há uma pressão de desvalorização da moeda brasileira. (É preciso) lembrar que um câmbio desvalorizado é bastante inflacionário. Um câmbio agora mais na casa dos 5,60 (reais) dificulta muito a vida do Banco Central brasileiro para controlar a inflação”, disse o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em comentário enviado a clientes durante a tarde.
Profissionais ouvidos pela Reuters também pontuaram que, com a agenda econômica esvaziada no Brasil, os ativos foram fortemente influenciados nesta quarta-feira pelo exterior, embora a questão fiscal siga no radar.
Perto do fechamento a curva a termo brasileira precificava 87% de chances de manutenção da taxa básica Selic em 10,50% ao ano na próxima semana e 13% de possibilidade de alta de 25 pontos-base.
Na terça-feira os percentuais eram de 86% e 14%, respectivamente.
Na quinta-feira o mercado estará atento à divulgação de importantes indicadores econômicos, tanto no Brasil quanto no exterior.
Entre eles o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de julho e a arrecadação federal de junho, ambos no Brasil, e a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos.
Às 16h43, o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento subia 4 pontos-base, a 4,274%.