Home Economia e Política Taxas futuras caem na contramão do exterior em dia de correção de preços

Taxas futuras caem na contramão do exterior em dia de correção de preços

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,385%, ante 10,388%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,7%

por Reuters
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(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Após as fortes altas registradas na semana passada, as taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em baixa, na contramão de Nova York, em um dia de ajustes de preços no Brasil e com investidores digerindo positivamente notícias de que o governo Lula deve afrouxar a meta fiscal para 2025.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 estava em 9,97%, ante 10,003% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,06%, ante 10,061% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,385%, ante 10,388%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,7%, ante 10,718%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 11,17%, ante 11,219%.

Na semana passada, os dados fortes do mercado de trabalho e de setores da economia norte-americana fizeram investidores recalibrarem as apostas para o início do ciclo de cortes de juros nos EUA, de junho para julho ou para depois disso.

O movimento deu força à curva de juros norte-americana e, em reflexo, à curva brasileira. Em uma semana, a taxa do DI para janeiro de 2031, por exemplo, saltou 25 pontos-base.

Nesta segunda-feira, a curva brasileira passou por um processo de ajustes.

“A curva sofreu bastante na semana passada. Na ponta longa, chegou a abrir mais de 30 pontos-base em alguns vencimentos. Então hoje há um movimento de certa correção, por talvez ter andado um pouco demais”, comentou Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez.

Este movimento de correção foi percebido também no mercado de câmbio, onde o dólar cedeu ante o real, o que contribuiu para a baixa das taxas futuras.

Ao mesmo tempo, investidores aparentemente receberam de forma positiva a notícia de que o governo deve afrouxar a meta fiscal para 2025, de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para superávit de 0,25% ou resultado primário zero.

O que poderia ser visto como algo ruim a adoção de uma meta fiscal menor foi interpretado como positivo por parte do mercado, que possui hoje projeções até piores para o resultado primário em 2025.

No relatório Focus, lembrou Leal, a projeção mediana do mercado é de déficit primário de 0,70% do PIB em 2024 e de déficit de 0,60% em 2025.

“O governo tem falado de meta zero (para 2024), mas o mercado precifica déficit. E como teremos um déficit este ano, o governo não conseguiria um superávit de 0,5% para 2025”, afirmou Leal. “Então, (a possibilidade de meta de superávit de 0,25% para 2025) está até melhor do que seria a projeção do mercado.”

Em eventos recentes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, qualificou as projeções do mercado para a área fiscal como “pessimistas” e disse que o resultado pode ser melhor que o esperado.

Perto do fechamento a curva a termo brasileira precificava 78% de chances de o corte da taxa básica Selic em maio ser de 50 pontos-base, como vem sinalizando o Banco Central. As apostas em corte de apenas 25 pontos-base estão em 22%. Atualmente a Selic está em 10,75% ao ano.

A correção de baixa nas taxas dos DIs nesta segunda-feira ocorreu a despeito de, no exterior, os rendimentos dos Treasuries estarem novamente em alta, ainda na esteira dos dados fortes do mercado de trabalho dos EUA na última semana.

“O petróleo a 91 dólares no Brent também não ajuda, com a questão dos conflitos no Oriente Médio. Então, volta aquele medo de que os juros não caiam nem em junho. Tem gente falando em setembro”, afirmou pela manhã o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em comentário enviado a clientes. “O cenário (está) bem mais complicado para a curva de juros americana.”

Às 16h35, o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento subia 4 pontos base, a 4,418%.

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