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Taxas futuras de juros caem em reação a Treasuries e elevação da nota do Brasil pela S&P

Às 16:46 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento caía 3,20 pontos-base, a 3,9238%

por Reuters
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(Imagem: Reprodução/Reuters)

As taxas dos DIs fecharam a terça-feira em queda, reagindo ao recuo dos yields dos Treasuries no exterior e à elevação da nota do Brasil pela agência de classificação de risco S&P, enquanto a ata do último encontro do Copom reforçou a tendência de mais cortes de 0,50 ponto percentual da Selic, e não de 0,75 ponto percentual.

Em um dia de agenda esvaziada no exterior, os rendimentos do título norte-americano de dez anos referência global de investimentos voltaram a ceder, em meio às apostas de que o Federal Reserve pode começar a cortar juros já em março de 2024.

A baixa dos yields ocorria a despeito de, nos últimos dias, autoridades do Fed terem procurado esfriar as apostas para março. Nesta terça-feira foi a vez do presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, que comemorou a baixa da inflação, mas evitou dizer como isso afeta sua perspectiva para a política monetária.

No Brasil, após o avanço de segunda-feira, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) com prazos mais longos cediam em sintonia com os Treasuries.

Já a divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, pela manhã, pouco mudou a avaliação majoritária do mercado sobre o futuro da Selic no curto prazo. Em outras palavras, o documento corroborou a expectativa de que o colegiado promoverá pelos menos mais dois cortes de 0,50 ponto percentual da Selic em seus próximos encontros, em janeiro e março.

“Indo direto ao ponto, os participantes do mercado irão ler a ata de hoje tentando (arduamente) encontrar qualquer pista para uma possível chance de -75bps ao longo do ciclo”, afirmou o estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha, em comentário enviado a clientes após a divulgação da ata. “Na nossa opinião, não encontrarão.”

No documento, o BC adotou uma postura cautelosa sobre o controle da inflação, ressaltando que as expectativas seguem desancoradas um fator que, em tese, afasta a possibilidade de aceleração do ritmo de cortes da Selic, hoje em 11,75% ao ano. Além disso, o BC registrou que o mercado de trabalho segue aquecido e elevou o impacto esperado do El Niño sobre os preços de alimentos.

(Imagem: Reprodução/REUTERS/Amanda Perobelli)
(Imagem: Reprodução/REUTERS/Amanda Perobelli)

“Se o mercado estava posicionado, até certo ponto, na possibilidade de um corte maior da Selic lá na frente, acho que a ata tem um efeito na curva. A ponta curta sobe e a longa cai”, disse durante a tarde o economista Rafael Pacheco, da Guide Investimentos, quando as taxas mais curtas oscilavam muito próximas da estabilidade.

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, ainda há espaço para a “gordura da curva (brasileira) queimar mais”. Ele lembrou da aprovação, nos últimos dias, de projetos de interesse do governo Lula no Congresso Nacional.

Na última sexta-feira, a Câmara aprovou de forma definitiva a reforma tributária. Nesta terça-feira, o Congresso aprovou, em sessão conjunta, o texto-base da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2024, trazendo as linhas gerais para o Orçamento, incluindo a meta de déficit primário zero para o próximo ano.

“O contexto fiscal do Brasil não é dos melhores, mas também não é o fim do mundo. Ainda que haja dúvidas, o fato de o governo ter entregado o que prometia, inclusive a meta de primário zero, fez com que o ano não fosse tão ruim”, acrescentou Spiess.

No meio da tarde, a pressão baixista sobre a curva brasileira se intensificou, após a agência de classificação de risco S&P elevar a nota de longo prazo do Brasil para “BB”, de “BB-“. A agência afirmou que a aprovação da reforma tributária estende o histórico de implementação de “políticas pragmáticas” no país nos últimos sete anos.

Porém, a nota brasileira segue em território especulativo, dois degraus abaixo do chamado grau de investimento. A S&P informou que a perspectiva para a nota é estável.

Neste contexto, no fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,065%, ante 10,063% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,62%, ante 9,659% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 estava em 9,705%, ante 9,765%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2028 estava em 9,965%, ante 10,027%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,39%, ante 10,468%.

Perto do fechamento a curva a termo precificava 99% de chances de o corte da taxa básica Selic em janeiro ser de 0,50 ponto percentual, como vem sinalizando o BC. As chances de corte de 0,75 ponto percentual estavam em apenas 1%.

Às 16:46 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento caía 3,20 pontos-base, a 3,9238%.

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