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Taxas futuras de juros desaceleram alta no Brasil com dados de serviços nos EUA e Powell

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,275%, ante 10,264%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,605%

por Reuters
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(Imagem: Reprodução/ REUTERS/Jason Reed)

As taxas dos DIs fecharam a quarta-feira em leve alta, bem abaixo das máximas do dia, com os dados do mercado de trabalho dos EUA dando impulso à curva de juros no exterior e no Brasil, por um lado, mas com os números do setor de serviços norte-americano e as declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, reduzindo a pressão altista, por outro.

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Foi a sexta sessão consecutiva de alta das taxas futuras no Brasil.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 estava em 9,96%, ante 9,951% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,975%, ante 9,97% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,275%, ante 10,264%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,605%, ante 10,588%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 11,11%, ante 11,081%.

No início da sessão, dados do relatório da ADP mostraram que foram abertas 184.000 vagas de emprego no setor privado dos EUA em março, após 155.000 vagas em fevereiro, em dado revisado. Economistas consultados pela Reuters previam criação de 148.000 vagas no mês passado.

O dado foi mais um entre os divulgados nos últimos dias que reforçam a leitura de que a economia dos EUA está aquecida e, por isso, o Fed poderá adiar para julho ou para depois disso o início do processo de cortes de juros.

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Neste cenário, os rendimentos dos Treasuries avançavam mais cedo, assim com as taxas dos DIs no Brasil. No pico do dia, às 10h55, a taxa do contrato para janeiro de 2027 chegou a subir mais de 10 pontos-base.

O cenário começou a mudar às 11h, quando saíram os números do setor de serviços norte-americano do Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês). O Índice de Gerentes de Compras (PMI) não manufatureiro do ISM caiu de 52,6 em fevereiro para 51,4 em março, no segundo declínio mensal consecutivo do indicador.

Economistas consultados pela Reuters previram que o índice subiria para 52,7 em março. Uma leitura acima de 50 indica expansão do setor de serviços, que responde por mais de dois terços da economia dos EUA, mas os resultados indicam que houve desaceleração do crescimento de fevereiro para março.

Imediatamente após os números do ISM os yields perderam força nos EUA, o que também reduziu a alta das taxas dos DIs. Este cenário se consolidou com as declarações de Powell no início da tarde.

Em um evento universitário, Powell tratou do futuro da política monetária dos EUA. Ele pontuou que há riscos de se cortar os juros muito cedo, mas também de se esperar demais. Ao mesmo tempo, afirmou que a política monetária está apertada e funcionando e que o mercado de trabalho está se reequilibrando.

“Powell demonstrou tranquilidade com os dados fortes recentes da economia norte-americana, o que de certo modo é baixista para a curva lá, o que também tem efeito na curva aqui no Brasil”, comentou durante a tarde o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado.

Os yields migraram para o negativo durante a tarde, mas as taxas futuras no Brasil ainda sustentaram leves ganhos, em meio à percepção de que o espaço para cortes continuados de 50 pontos-base da taxa básica Selic pode de fato estar diminuindo.

Pela manhã, durante evento em São Paulo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reafirmou que, apesar de a atividade econômica forte no Brasil ter gerado novas incertezas, o processo de desinflação não está interrompido, ainda que a instituição esteja um pouco mais dependente de dados.

Ao mesmo tempo, ele defendeu o estrito cumprimento da meta de inflação no Brasil, cujo alvo central é de 3% para este e os próximos anos.

“A meta é a meta e temos que cumprir a meta”, disse Campos Neto. “É importante perseguir a meta”, reforçou, citando que há entre algumas pessoas um entendimento de que a meta não seria “uma meta de fato”.

Dois outros profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que, apesar de monitorados, os comentários de Campos Neto não fizeram preço.

Perto do fechamento, a curva a termo brasileira precificava 89% de chances de o corte da taxa básica Selic em maio ser de 50 pontos-base, como vem sinalizando o BC. As apostas em corte de apenas 25 pontos-base estão em 11%. Atualmente a Selic está em 10,75% ao ano.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento caía 1 ponto-base, a 4,357%.

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