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Home Economia e Política Taxas futuras de juros sobem quase 10 pontos-base sob influência de IPCA e exterior

Taxas futuras de juros sobem quase 10 pontos-base sob influência de IPCA e exterior

Os dados do IPCA, piores que o esperado, deram suporte às taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) desde o início da sessão no Brasil

por Reuters
3 min leitura

As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira com alta firme no Brasil, de quase 10 pontos-base em alguns vencimentos, reagindo aos dados da inflação brasileira piores que o esperado e ao novo avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior, em meio às apostas de que o Federal Reserve cortará juros apenas mais à frente.

No início do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,42% em janeiro, ante alta de 0,56% em dezembro.

Apesar da desaceleração na margem, a inflação do mês em janeiro ficou acima das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,34%.

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Dentro do IPCA, os preços de alimentos e serviços ligaram o sinal de alerta no mercado, assim como outros componentes.

“O IPCA de janeiro não representa uma ameaça imediata à meta de inflação, (mas)… os indicadores qualitativos sugerem que podemos enfrentar desafios à frente”, afirmou André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, em comunicado aos clientes.

“O índice de difusão, que mede a quantidade de bens e serviços com aumento no mês, permaneceu elevado, acima dos 62%, em linha com o que foi observado em dezembro… Além disso, os núcleos de inflação mostraram uma leve piora no início do ano, especialmente devido ao aumento dos preços dos serviços.”

(Imagem: marcojean20/ Pixabay)
(Imagem: marcojean20/ Pixabay)

Os dados do IPCA, piores que o esperado, deram suporte às taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) desde o início da sessão no Brasil, em movimento que foi reforçado pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior.

Lá fora, a perspectiva de que o Fed cortará juros apenas em maio ou depois disso foi reforçada por novos números do mercado de trabalho.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego estaduais caíram em 9 mil na semana encerrada em 3 de fevereiro, para 218 mil em dado com ajuste sazonal, informou o Departamento do Trabalho dos EUA. Economistas consultados pela Reuters previam 220 mil pedidos para a última semana.

Também em função da expectativa por mais um leilão de títulos do Tesouro norte-americano, os yields sustentavam ganhos firmes na sessão.

Os negócios no Brasil ocorriam sobre pano de fundo político conturbado, em meio à operação da Polícia Federal que investiga tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, embora esses desdobramentos tivessem pouco ou nenhum efeito nas negociações.

“O resultado do IPCA abriu um pouco a curva (de juros), mais no (trecho) curto e no miolo da curva, e o exterior acabou empurrando o longo”, comentou Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez.

Ainda que a influência do IPCA tenha sido percebida na sessão desta quinta-feira, Leal afirma que o exterior tem sido, desde o ano passado, a principal referência para a curva a termo brasileira. Nas últimas semanas, dados da economia norte-americana e declarações cautelosas de membros do Fed reforçaram as apostas de que os juros não serão cortados nos EUA em março.

“Não é que os EUA não vão cortar juros, eles vão, sim, buscar o conforto para cortar os juros. E talvez isso não seja na velocidade que o mercado esperava”, pontuou Leal.

(Imagem: Pixabay)
(Imagem: Pixabay)

No Brasil, a perspectiva de curto prazo se mantém. Perto do fechamento desta quinta-feira a curva a termo brasileira precificava 94% de chances de o corte da Selic em março ser de 0,50 ponto percentual. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,005%, ante 9,957% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,775%, ante 9,678% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,94%, ante 9,84%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,19%, ante 10,096%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,6%, ante 10,502%.

Pela manhã, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a minimizar a possibilidade de descumprimento da meta de resultado primário zero em 2024.

“Essa é uma discussão que de vez em quanto aparece e eu não gosto que ela apareça. Você gasta o quanto você arrecada”, disse Lula. “Se der para fazer superávit zero, ótimo. Se não der, ótimo também.”

Os comentários de Lula, em tese negativos para a curva de juros, não influenciaram tão diretamente o avanço das taxas, com os DIs refletindo mais o IPCA e os Treasuries nesta quinta-feira.

Às 16:39 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento subia 6,80 pontos-base, a 4,1657%.

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