As taxas dos contratos futuros de juros tiveram queda sutil nesta terça-feira, conforme investidores digeriram a composição de um IPCA mais alto do que o esperado, enquanto nos Estados Unidos o destaque também foi um novo relatório de inflação.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 9,845%, ante 9,873% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,68% ante 9,708% do ajuste anterior.
Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,92%, ante 9,937%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,21%, de 10,221% no pregão anterior. O contrato para janeiro de 2029 marcava 10,405%, ante 10,404%.
A oscilação tímida nos juros futuros ocorreu apesar de o IBGE ter informado mais cedo que a inflação brasileira acelerou mais do que o esperado em fevereiro e atingiu o nível mais alto em um ano diante da pressão sazonal dos custos da educação.
Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,83%, acelerando a alta de 0,42% em janeiro e vindo acima da expectativa apontada em pesquisa da Reuters de avanço de 0,78% no mês. É a leitura mais elevada desde fevereiro de 2023 (+0,84%).
O salto nos custos da Educação levou a inflação de serviços a disparar a 1,06% em fevereiro, de uma variação positiva de 0,02% no mês anterior. No entanto, aliviando a pressão na curva, passou a acumular em 12 meses alta de 5,25%, nível mais baixo desde janeiro de 2022.
Economistas também destacaram desaceleração nos preços subjacentes de serviços, que excluem itens voláteis. Os custos de serviços vêm sendo acompanhados de perto pelo Banco Central para a condução da política monetária, em um ambiente de mercado de trabalho resiliente que tende a elevar os gastos dos consumidores.
“A gente vê dentro de serviços alguns itens específicos incomodando… a gente teve realmente uma alta por educação, ou seja, uma alta sazonal, já esperada para o mês, para o início do período de matriculas”, disse Leonardo Cappa, economista-chefe da consultoria de investimentos Traad.
“Olhando para frente, apesar do mercado de trabalho aquecido, renda disponível, salários médios ainda em alta no Brasil, a gente vê que, pelo menos nos últimos dados, no acumulado em 12 meses, não está um patinho tão feio assim a inflação de serviços.”
Na semana que vem, o Banco Central se reunirá para definir a política monetária, com ampla expectativa de novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, segundo probabilidades implícitas em contratos futuros de juros.
Nos EUA, desencadeando alta acentuada nos rendimentos dos Treasuries, o índice de Preços ao consumidor aumentou 0,4% no mês passado, acelerando depois de ter subido 0,3% em janeiro. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços ao consumidor subiram 0,4% em fevereiro, mesma margem de janeiro.
O Fed também se encontra na semana que vem, quando deve manter seus juros básicos inalterados. O mercado ainda espera um primeiro afrouxamento monetário nos EUA em junho.
Por volta das 16h30 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento — subia 5 pontos base, a 4,155%.