Home Economia e Política Taxas futuras de juros têm novo dia de alta no Brasil ainda sob efeito da inflação dos EUA

Taxas futuras de juros têm novo dia de alta no Brasil ainda sob efeito da inflação dos EUA

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,53%, ante 10,486%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,85%

por Reuters
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Visão do Capitólio em Washington

Após a forte elevação da véspera, as taxas dos DIs fecharam a quinta-feira novamente em alta no Brasil, ainda sob a influência dos dados de inflação dos EUA, que fizeram as apostas de início dos cortes de juros nos EUA migrarem para julho ou setembro.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 estava em 10,07%, ante 10,033% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,215%, ante 10,159% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,53%, ante 10,486%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,85%, ante 10,817%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 11,34%, ante 11,296%.

Na prática, todos os vencimentos voltaram a apontar taxas de dois dígitos.

Na quarta-feira, os juros futuros no Brasil já haviam avançado de forma consistente, após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA subir 0,4% em março, acima do esperado, disparando um forte movimento de reprecificação de cortes de juros nos EUA.

Nesta quinta-feira, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA trouxe alívio momentâneo, ao subir 0,2% em março, após aumento não revisado de 0,6% em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam aumento de 0,3% no mês passado.

(Imagem: Freepik/ @ vwalakte)
(Imagem: Freepik/ @ vwalakte)

Durante o dia, os rendimentos dos Treasuries oscilaram entre altas e baixas, mas as apostas de um adiamento dos cortes de juros nos EUA permaneceram, o que continuou a sustentar a curva a termo no Brasil.

“Ontem (quarta-feira) foi de alta muito forte (na curva), que ainda reflete hoje. Saiu o CPI, muito forte, e depois alguns membros do Fed também se pronunciaram”, comentou Vitor Oliveira, especialista em renda fixa da One Investimentos.

Nesta quinta, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse que “as perspectivas futuras são incertas e precisaremos continuar dependentes dos dados”.

Já o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse que os últimos dados de inflação mostram que o banco central “ainda não está onde queremos”, enquanto a presidente do Fed de Boston, Susan Collins, afirmou que a força da economia dos EUA e o recuo desigual da inflação são argumentos contrários a um impulso de curto prazo para reduzir a taxa básica de juros.

No geral, o teor dos comentários foi cauteloso.

“O grande motivo da abertura da curva no Brasil é o risco de um alongamento de juros altos nos EUA”, pontuou Oliveira ao analisar o cenário.

O diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, também destacou em comentário enviado a clientes a importância do Fed para as próximas decisões do Banco Central do Brasil.

“Caso o Fed corte juros em setembro ou mais para a frente, a tese de corte de 50 bps em junho devido à inflação local benigna não deve acontecer. Aliás, será preciso repensar com base na movimentação do dólar até quando o Copom conseguirá cortar a taxa Selic”, afirmou Faria Júnior. Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano.

(Imagem: Enildo Amaral/BCB.)
(Imagem: Enildo Amaral/BCB.)

Perto do fechamento desta quinta-feira a curva a termo brasileira precificava 72% de chances de o corte da taxa básica Selic em maio ser de 50 pontos-base, como vem sinalizando o BC.

As apostas em corte de apenas 25 pontos-base já estão em 28% nos últimos dias, com a mudança no cenário norte-americano, essas apostas vêm aumentando.

No caso de junho, a curva precificava praticamente 100% de chances de corte de 25 pontos-base da Selic.

Nos EUA, apesar do vai e vem dos yields durante o dia, a precificação na curva seguia apontando para cortes mais adiante. No fim da tarde, conforme a ferramenta CME Fed Watch, eram 4,5% de chances de corte de juros em maio, 22,6% em junho, 48,2% em julho e 69,9% em setembro.

Às 16h49, o rendimento do Treasury de dois anos que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo tinha queda de 3 pontos-base, a 4,938%. Já o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento-subia 1 ponto-base, a 4,568%.

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