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Taxas futuras têm alta firme com ata do Fed e dados econômicos fortes nos EUA

Na quarta-feira, o Fed informou que a maior parte de seus membros votantes estava preocupada, na última reunião de política monetária

por Reuters
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(Imagem: Daniel Dan/Pexels)

As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira com alta firme no Brasil, em sintonia com o avanço dos yields dos Treasuries no exterior, em especial entre os contratos mais curtos, após a ata do último encontro do Federal Reserve e novos indicadores econômicos reforçarem a avaliação de que o corte de juros nos EUA pode ficar para junho ou até mais tarde.

Na quarta-feira, o Fed informou que a maior parte de seus membros votantes estava preocupada, na última reunião de política monetária, com os riscos de cortar a taxa básica de juros cedo demais. Além disso, havia ampla incerteza entre os dirigentes sobre por quanto tempo os juros deveriam permanecer no patamar atual, de 5,25% a 5,50%.

Nesta quinta-feira, esta visão mais cautelosa em relação ao corte de juros foi reforçada por novos números. O Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 12.000 na semana encerrada em 17 de fevereiro, para 201.000, em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 218.000 pedidos para a última semana.

Já a Associação Nacional de Corretores de Imóveis anunciou que as vendas de moradias usadas subiram 3,1% no mês passado, atingindo uma taxa anual ajustada sazonalmente de 4,00 milhões de unidades, o nível mais alto desde agosto passado. Economistas previam que as revendas aumentariam para uma taxa de 3,97 milhões de unidades.

Os dois dados pedidos de auxílio-desemprego e vendas de moradias usadas reforçaram a avaliação de que a economia norte-americana segue aquecida, o que deixaria pouco espaço para o Fed cortar juros antes de junho.

Em reação, os rendimentos dos Treasuries avançaram, principalmente entre os contratos com prazos mais curtos, o que também impulsionou as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).

Notas de Real
(Imagem: Joelfotos por Pixabay)

“Se pegarmos os últimos dias, o mercado no Brasil até se descolou um pouco do lá de fora, com as taxas cedendo. Hoje há uma correção, com influência dos Estados Unidos”, pontuou Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset.

De fato, as taxas futuras caíram nas três sessões anteriores no Brasil, o que favorecia certa recomposição nesta quinta-feira, em sintonia com a alta dos yields.

“O PMI (dos EUA) ajudou a aliviar um pouco lá fora, mas aqui (a curva) não voltou”, disse o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano.

Pela manhã, a S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto preliminar dos EUA, que acompanha os setores industrial e de serviços, caiu de 52,0 em janeiro para 51,4 em fevereiro.

Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor privado. Na prática, o dado sugeriu certa piora na atividade econômica nos EUA.

De acordo com Serrano, a ata do último encontro de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), divulgada nesta quinta-feira, também trouxe um tom hawkish (duro com a inflação), o que reforçou a tendência de abertura das curvas de juros no Brasil e no exterior.

Neste cenário, no fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,005%, ante 9,984% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,83%, ante 9,773% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10%, ante 9,933%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,255%, ante 10,185%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,68%, ante 10,611%.

Perto do fechamento desta quinta-feira a curva a termo brasileira precificava 94% de chances de o corte da taxa básica Selic em março ser de 0,50 ponto percentual, como vem sinalizando o Banco Central. Atualmente a Selic está em 11,25% ao ano.

Pela manhã, a Receita Federal informou que a arrecadação do governo federal teve alta real de 6,67% em janeiro ante o mesmo mês do ano anterior, para 280,636 bilhões de reais.

(Imagem: Pixabay)

O número de janeiro representa o melhor resultado já registrado para todos os meses da série histórica da Receita, iniciada em 1995, mas foi inflado por ganhos atípicos gerados pela taxação de fundos de investimentos operados por brasileiros de alta renda.

Apesar de positivos, os dados de arrecadação não influenciaram de forma decisiva os DIs.

Às 16:41 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dois anos que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo subia 6,10 pontos-base, a 4,7137%.

Já o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento subia 0,40 ponto-base, a 4,3266%.

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