O TC (TRAD3), ex-TradersClub, disse nesta terça-feira (3) que após a suspensão da rede social X, a plataforma da empresa tem registrado um aumento substancial nas buscas pelos serviços.
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Segundo o comunicado assinado pelo diretor de relações com investidores, Thiago Henriques Fernandes, o crescimento foi de 547% na procura pelos seus aplicativos, chegando a mais de 45 mil novos acessos em menos de 3 dias.
“A companhia atribui o considerável aumento na procura dos seus serviços à migração dos investidores para uma fonte confiável de informações sobre o mercado financeiro”, observa o TC.
A empresa informou ainda que obteve um crescimento de 147% no número de usuários únicos ativos semanalmente (WaU) na sua plataforma na primeira semana desde o fechamento do X em comparação com a sua média recente.
“A marca é atingida logo após a companhia alcançar o número de mais de 98 mil usuários únicos ativos por mês (MaU) na média do segundo trimestre de 2024, conforme divulgado na sua apresentação de resultados”, destacou o TC.
As ações da empresa, contudo, despencaram 12,9% nesta sessão, negociadas a R$ 2,43.
Alerta para continuidade do negócio
Uma reunião recente do Conselho Fiscal do TC revelou que os representantes da auditoria Grant Thornton, Regis Eduardo Baptista e André Gonçalves, disseram em uma apresentação que, a depender do cenário de manutenção do nível de receitas, pode ser necessária “a inclusão de um parágrafo sobre a continuidade do negócio nas demonstrações financeiras”.
A receita líquida do segundo trimestre de 2024 foi de R$ 13,070 milhões, queda de 10,7% na comparação com o ano anterior, mas um aumento de 14,8% na comparação com os três primeiros meses. Segundo o TC, a receita pode ter um “crescimento significativo” em sua receita com a aprovação e finalização da aquisição da sua corretora Dibran DTVM, que aguarda a aprovação do Banco Central.
“A nossa operação de corretora vai nascer grande, temos um significativo número de clientes, volume e potencial de crescimento”, destacou Pedro Albuquerque, fundador e CEO do TC no press release do resultado. O tema também foi abordado no webcast do balanço. Atualmente, os usuários do TC realizam operações por meio da TC Investimentos, em uma parceria com a Genial.
Receitas do TC
O resultado financeiro líquido no segundo trimestre caiu 93,6%, de R$ 7,637 milhões no ano anterior, para R$ 488 mil. O caixa recuou 42,8%, de R$ 105,713 milhões, no segundo trimestre de 2023, para R$ 60,438 milhões. A queima de caixa, na comparação com o começo do ano, foi de R$ 13,8 milhões. A companhia ressalta, contudo, que tem R$ 13,5 milhões a receber das vendas da DXA Invest e RI Prisma.
O prejuízo líquido ficou em R$ 4,483 milhões, uma melhora de 49,8% na comparação com as perdas de R$ 8,9 milhões do ano anterior.
Segundo a Grant Thornton, a inclusão de um parágrafo sobre a continuidade do negócio será avaliada na ocasião da auditoria das demonstrações financeiras que tratem do encerramento do exercício em 31 de dezembro de 2024.
Saldo contábil e relatório financeiro
A reunião do Conselho Fiscal também expôs as preocupações de membros sobre a ausência de conciliação entre o saldo contábil e relatório financeiro (contas a receber e passivos de contrato), conforme apontado pela auditoria.
“Os conselheiros solicitaram consignar em ata a preocupação com relação ao relatório de contas a receber, para que a atualização seja concluída até o encerramento 30 de setembro de 2024”, destacou o relatório.
No encontro, realizado em 14 de agosto, o presidente do Conselho Fiscal Stéfano Furlani Malvezi questionou sobre a efetiva provisão dos valores a receber em sua totalidade e do motivo de não ter sido anteriormente provisionado pela empresa.
Conforme a ata, o TC teria concordado que a conciliação de saldos do contas a receber e passivo de contrato deverá ocorrer até 30 de setembro de 2024, para constar nas demonstrações contábeis intermediárias do terceiro trimestre de 2024, caso contrário deveria ocorrer o provisionamento integral do valor.
Malvezi é sócio na WNT CAPITAL, gestora de recursos voltada para operações estruturadas e distressed assets, que tem carteiras administradas pela Reag Investimentos, compradora da RI Prisma do TC por R$ 6 milhões, anunciada em meados de junho. A WNT possui 14,7% do capital do TC.