As ações da Telefônica Brasil (VIVT4) avançaram mais de 3% nos primeiros negócios nesta segunda-feira, após a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovar reduções da capital da companhia, com analistas destacando o efeito positivo na remuneração a acionistas.
A empresa, que atua no país sob a marca Vivo, afirmou em fato relevante ao mercado no domingo que a agência aprovou pedido de anuência prévia para que a companhia promova “uma ou mais” reduções de capital, em um valor máximo total de até 5 bilhões de reais. O capital atual da Telefônica Brasil é de 63,57 bilhões de reais.
Às 11:20, as ações da companhia avançavam 2,19%, a 44,24 reais, ente os destaques positivos do Ibovespa, que subia 0,24%. No melhor momento, chegaram a 44,66 reais (+3,16%), máxima intradia desde julho de 2022.
Analistas do Citi destacaram que essas reduções de capital permitirão aumentar a remuneração aos acionistas ao ampliar o índice de payout para acima de 100%, “intenção que vinham comunicando nos últimos meses”.
De acordo com a equipe do banco norte-americano, se toda a redução de capital de 5 bilhões de reais ocorrer ainda em 2023, o “dividend yield” (indicador que avalia o rendimento das ações com o pagamento de dividendos) da Vivo poderá chegar a até 13%.
“A empresa não tem qualquer obrigação de realizar as reduções em período determinado, assim podemos assistir a um aumento gradual da remuneração ao acionista estendendo-se até ao próximo ano”, afirmaram em relatório a clientes.
Na visão de analistas do BTG Pactual, a redução de capital é um ótimo mecanismo para a empresa melhorar a remuneração dos acionistas. “A Vivo tem 64 bilhões de reais em capital e poderia operar o negócio com muito menos.”
Em relatório a clientes, a equipe do banco de investimentos brasileiro estima que a Telefônica Brasil deve levar até três meses e meio para que a redução de capital seja totalmente aprovada e ela possa efetuar o pagamento.
“Assim, o dinheiro – ou pelo menos a primeira parcela – poderá chegar aos acionistas entre o final deste ano e o início do próximo. Ainda não sabemos exatamente como a Vivo fará o pagamento, pois ele poderá ser feito em uma ou mais parcelas.”
Os analistas do BTG avaliam que a resposta provavelmente dependerá da geração de caixa e da desalavancagem da empresa, “pois é improvável a possibilidade da Telefônica endividar-se para isso num cenário de altas taxas de juros”.
O BTG estima que a empresa fará esse pagamento nos próximos três anos – 2 bilhões de reais em 2023-24 e 1 bilhão em 2025.
A publicação da decisão da Anatel ocorreu após o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar na semana passada os acordos entre a Telefônica Brasil e operadora Winity Telecom para o compartilhamento de infraestrutura e rede firmados após o leilão do 5G realizado em 2021.