Dia desses, durante meu horário de almoço, fui à livraria de uma grande rede que fica próxima ao meu local de trabalho. Força do hábito. Entrei, olhei rapidamente os lançamentos gerais e fui ao espaço destinado aos livros de economia, finanças e negócios. Hábito, de novo! Aproveito boa parte da minha hora de almoço para ler e pesquisar temas para os artigos publicados aqui no Dinheirama.
Então encontrei o novo livro do Gustavo Cerbasi, “Investimentos Inteligentes”, e comecei a folheá-lo. Conforme a leitura foi se desenvolvendo, aproveitei o conforto da livraria e me sentei em um acolhedor sofá que estava ao meu lado. A leitura foi ficando cada vez melhor quando percebi que eu já estava 5 minutos atrasado.
Fui colocar o livro no local de onde o retirei e, de repente, me dei conta de como a seção de economia, negócios e finanças pessoais estava vazia. Dirigindo-me a saída, passei em frente da seção de quadrinhos. Fiquei assustado com leitores que se espremiam para ler e vislumbrar parte do matéria, alguns lendo de pé, outros sentados no chão. Um sucesso absoluto.
Antes de prosseguir, confirmo que sou apaixonado por quadrinhos, mas esta não é a questão central do artigo. Por que pouquíssimas pessoas aproveitam o pouco tempo que possuem para descobrirem e aprimorarem seus conhecimentos com assuntos, dicas e ferramentas que realmente sugerem mudanças na vida real?
Ah sim, muitas vezes sem precisar gastar nada, já que o período de “degustação” que a livraria oferece pode ser estendido até o fim da leitura. Não importa se tratamos de Warren Buffett, Carlos Slim, eu ou você, o tempo é igual para todos. A diferença, adivinhe, é justamente a maneira como lidamos e aproveitamos esse precioso ativo de nossas vidas.
Tempo, um ativo precioso!
Pois é, considero o tempo um dos ativos mais importantes do atribulado mundo moderno. Ele é ingrediente indispensável para a inteligência financeira e para o sucesso profissional. O que dizer então da vida pessoal? Não há dinheiro nenhum no mundo capaz de pagar pelo prazer de encontrar tempo livre para “gastar” ao lado de alguém que amamos.
A pergunta permanece: por que a maioria das pessoas aproveita tão mal o tempo que tem?
A faculdade é um dos exemplos mais gritantes do péssimo aproveitamento do tempo e do desperdício de dinheiro. Muitos confundem faculdade com barzinho. Pagam caro pela oportunidade de se capacitar, mas desperdiçam o tempo na porta do bar. Não que a vida social não seja importante, mas o recado aqui é outro. Você, inteligente que é, certamente o compreendeu.
O que seremos no futuro depende da maneira como empregamos o nosso tempo hoje. E ai estão os planos de ser rico, trocar de carro, criar família, estudar etc. Por melhor que sejam as intenções, elas não são garantias de um futuro mais rico e próspero. Ação. Falta ação e interesse em muitas pessoas. Descobrir a melhor maneira de usufruir do tempo é o desafio que move as pessoas de sucesso.
Alguns bons amigos se dedicam por horas a fio, descobrindo comunidades e trocando mensagens em redes de relacionamento, mas reclamam de ler um bom artigo ou texto na internet. “Ler na tela do computador é ruim” é o que dizem. Estranho. Em todo caso, fica o bom e velho conselho: o tempo é longo, mas a vida é curta!
Tempo versus Dinheirama?
Você tem razão, o texto de hoje fugiu um pouco do convencional. Mas a mudança no tom foi intencional. Preferi aproveitar este feriado em São Paulo para chamar sua atenção para o constante desperdício de tempo. Se tempo é dinheiro, o desperdício financeiro tende a aparecer para os preguiçosos logo em seguida.
Para terminar o artigo, e mostrar que existe tempo para tudo (quadrinhos, esporte ou música), fica a homenagem a um clássico da música brasileira, que fala muito sobre o tempo e nos convida a uma reflexão acerca de nosso modo de vida. Até sexta.
Tempo Perdido – Legião Urbana (Legião Urbana) – Origem: YouTube
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Ricardo Pereira é Analista Financeiro Sênior da ABET Corretora de Seguros, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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