O Bradesco BBI classificou os resultados da Tenda (TEND3) no quarto trimestre de 2024 como mistos, destacando a forte geração de caixa, mas também impactos negativos no reconhecimento de receitas por um ritmo mais lento das obras. “Os resultados da Tenda foram mistos, em nossa opinião”, avaliaram os analistas Bruno Mendonça e Wellington Lourenço.
A empresa registrou uma receita líquida de R$ 851 milhões no trimestre, crescimento de 13% em relação ao ano anterior, mas queda de 7% na comparação com o terceiro trimestre de 2024. No acumulado do ano, a receita atingiu R$ 3,3 bilhões, com alta de 13%. A Tenda respondeu por R$ 791 milhões do total, enquanto sua subsidiária Alea contribuiu com R$ 59 milhões.
A margem bruta consolidada ficou em 27,1%, avançando 4,9 pontos percentuais na comparação anual, mas recuando 2,1 pontos no trimestre. Na operação principal da Tenda, a margem atingiu 28,4%. “Vemos uma melhora na lucratividade e um forte impulso operacional continuando a dar suporte ao processo de recuperação da Tenda”, analisaram os especialistas do Bradesco BBI.
Descubra os melhores investimentos com uma das maiores casas de análise do Brasil (COM 30% DE DESCONTO SÓ NESTE LINK)
O lucro líquido ajustado da operação core da Tenda foi de R$ 66 milhões, crescimento expressivo frente aos R$ 3 milhões do 4T23, mas abaixo dos R$ 92 milhões do trimestre anterior. O resultado foi impactado por duas despesas não recorrentes: R$ 17,4 milhões relacionados à norma contábil CPC 01 e R$ 12,7 milhões em provisões adicionais para contingências e investimentos em inovação. “Notamos que essa provisão é a empresa adotando uma postura mais conservadora”, pontuaram os analistas.
Mesmo com esses impactos, a Tenda gerou R$ 97,5 milhões em caixa operacional no trimestre, impulsionada pelo saldo positivo de R$ 132 milhões da operação principal, que compensou a queima de caixa de R$ 34,5 milhões da Alea. A relação dívida líquida/patrimônio líquido caiu para 20%, uma redução de 33 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
O Bradesco BBI ressaltou que a receita líquida foi afetada por um reconhecimento de receitas mais fraco e por vendas moderadas no período, mas que isso não deve impactar revisões para baixo nas estimativas. A margem bruta para novas vendas e projetos em carteira também mostrou avanço, atingindo 35,3% e 32,6%, respectivamente.
Para 2025, os analistas enxergam possíveis ajustes positivos nas projeções, impulsionados pelo programa Pode Entrar, voltado para habitação popular. “Assim, vemos uma melhora na lucratividade e um forte impulso operacional continuando a dar suporte ao processo de recuperação da Tenda”, concluíram Mendonça e Lourenço.
Apesar dos desafios no trimestre, a avaliação geral do Bradesco BBI é de impacto neutro sobre a tese de investimentos na companhia. A expectativa agora é pelo desempenho nos próximos trimestres, com a continuidade da recuperação operacional e os efeitos das medidas adotadas pela empresa.
Os analistas do Bradesco BBI mantiveram sua recomendação “outperform” (desempenho acima da média do mercado) para as ações da Tenda, com preço-alvo de R$ 25,00.