O Tesouro Direto registrou um crescimento expressivo em 2024, com 9,2 milhões de operações realizadas no ano, alta de 28,8% em relação a 2023. As vendas totalizaram R$ 67,9 bilhões, avanço de 45,6%. Dezembro foi o mês mais forte da série histórica, com 1,3 milhão de operações e emissão líquida recorde de R$ 4,76 bilhões.
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Os títulos indexados à inflação lideraram as preferências dos investidores, enquanto os novos produtos, como Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+, ganharam espaço. Apesar do aumento nas recompras, o programa segue em expansão, com vendas superando resgates. O Tesouro Nacional destacou que o crescimento reflete a ampliação do programa e o interesse crescente por diversificação de investimentos.
Veja os principais destaques do Tesouro Direto em 2024
• Crescimento recorde em dezembro. Dezembro foi o mês mais forte da história do Tesouro Direto, com 1,3 milhão de operações realizadas, totalizando R$ 8,55 bilhões em vendas. Os resgates somaram R$ 3,8 bilhões, resultando em uma emissão líquida de R$ 4,76 bilhões, também recorde. O valor médio por operação foi de R$ 6.570,59, indicando maior acessibilidade aos pequenos investidores. As aplicações de até R$ 1 mil representaram 61,4% das operações no mês, mostrando que o programa atrai principalmente investidores de perfil conservador. Esse desempenho reforça a confiança dos brasileiros em títulos públicos como alternativa segura em momentos de incerteza econômica.
• Preferência por títulos indexados à inflação. Os títulos indexados à inflação foram os mais demandados pelos investidores em dezembro, respondendo por 40,2% das vendas, ou R$ 3,44 bilhões. Esses papéis, como Tesouro IPCA+, continuam sendo vistos como proteção contra a alta dos preços. Em segundo lugar, ficaram os títulos indexados à taxa Selic, com R$ 3,2 bilhões (37,7%), seguidos pelos prefixados, com R$ 1,9 bilhão (22,1%). Os novos produtos Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+ também chamaram atenção, com R$ 293,2 milhões e R$ 119,6 milhões em vendas, respectivamente. Essa diversificação demonstra a estratégia do Tesouro em atrair diferentes perfis de investidores e ampliar sua base.
• Comportamento dos resgates antecipados. Os resgates antecipados em dezembro totalizaram R$ 3,8 bilhões, com predominância dos títulos indexados à taxa Selic, que somaram R$ 2,3 bilhões (59,5%). Os títulos remunerados por índices de preços responderam por R$ 901,7 milhões (23,7%), enquanto os prefixados representaram R$ 639,8 milhões (16,8%). Esse comportamento reflete a busca por liquidez em momentos de volatilidade. No acumulado de 2024, as recompras atingiram R$ 36,9 bilhões, aumento de 27,6% em relação a 2023. Apesar disso, o crescimento das vendas foi superior, garantindo uma emissão líquida positiva e sustentando o estoque do programa.
• Concentração nos prazos mais Curtos. A maioria das vendas concentrou-se em títulos com vencimento entre 1 e 5 anos, que representaram 72,7% do total. Essa preferência indica a busca por liquidez e menor exposição ao risco de longo prazo. Já os títulos com vencimento acima de 10 anos responderam por 21,6% das aplicações, enquanto os de 5 a 10 anos ficaram com apenas 5,6%. Esse cenário reflete a cautela dos investidores diante de incertezas econômicas e políticas. O Tesouro Nacional destacou que a diversificação de prazos é essencial para equilibrar o portfólio de investimentos e atender às necessidades de financiamento do governo.
• Expansão do Programa e Perspectivas Futuras. O Tesouro Direto continua expandindo seu alcance, com crescimento no número de investidores, estoque e volume de operações. Segundo o órgão, o aumento nas recompras ocorre em um contexto de expansão geral do programa, mas as vendas líquidas seguem superando os resgates. O lançamento de novos produtos, como Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+, ampliou as opções disponíveis e atraiu novos perfis de investidores. A secretaria ressaltou que “o programa continua crescendo, com vendas e vendas líquidas aumentando consideravelmente acima das recompras.”
(Com Estadão Conteúdo)