O Tesouro Nacional anunciou nesta quinta-feira a segunda emissão de títulos sustentáveis em dólares no mercado internacional, citando estratégia para alongar o prazo da dívida externa e diversificar indexadores e a base de investidores.
A operação, que vai oferecer papéis com duração de sete anos, a vencerem em 2032, será atrelada ao compromisso do governo brasileiro de alocar o montante equivalente aos recursos líquidos captados na operação em ações de sustentabilidade e desenvolvimento social.
“O objetivo da operação é reafirmar o compromisso da República com políticas sustentáveis, convergindo com o crescente interesse de investidores não residentes e com a expansão do mercado de títulos temáticos no mundo”, disse o Tesouro em nota.
A operação será liderada pelos bancos Bank of America, Goldman Sachs e HSBC. Os títulos serão emitidos no mercado global e o resultado será divulgado ao final desta quinta-feira.
A primeira operação desse tipo foi realizada em novembro de 2023, com captação de 2 bilhões de dólares e remuneração dos papéis ficando em 6,50% ao ano.
O lançamento foi considerado um sucesso pelo governo, que também busca balizar operações desse tipo pelo setor privado.
Desde então, membros do Ministério da Fazenda vinham afirmando que uma nova emissão poderia ser feita neste ano, a depender da abertura de uma janela adequada de mercado.
Os parâmetros para a segunda emissão de títulos sustentáveis foram apresentados em maio.
Ficou definido que 50% a 60% dos recursos captados serão associados a despesas ambientais e o restante, a despesas sociais.
Entre as ações selecionadas para direcionamento dos recursos obtidos com a emissão, segundo o relatório de maio, estão iniciativas relacionadas a energia renovável, transporte limpo, adaptação a mudanças climáticas, combate à pobreza e acesso à infraestrutura básica.
O prazo médio da dívida externa do Brasil está atualmente em 7,07 anos, segundo dados de abril do Tesouro, acima dos 6,78 anos observados no fim de 2023.