A revista The Economist vê o futebol brasileiro em um momento de transformação que pode levá-lo a se tornar uma liga de relevância global, comparável à Premier League inglesa. A matéria destaca que o Brasil, historicamente uma potência em campo, está finalmente avançando em direção à profissionalização e à modernização dos clubes, o que pode consolidar sua posição no cenário internacional.
Apesar de ser reconhecido como o “país do futebol” e o maior exportador mundial de jogadores, o futebol brasileiro enfrenta desafios estruturais há décadas. A revista observa que os clubes do Brasil muitas vezes não conseguiram aproveitar plenamente o talento disponível devido à má gestão e à falta de profissionalização.
“Os clubes brasileiros há muito tempo operam com um modelo econômico insustentável, prejudicado por dívidas e administração deficiente”, destaca a publicação.
SAFs
Um dos pontos centrais da análise é a recente adoção do modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) por diversos clubes brasileiros, que tem atraído investidores estrangeiros e promovido mudanças estruturais. Times como Botafogo, Cruzeiro e Vasco já passaram a operar sob esse regime, recebendo aportes significativos. A revista ressalta que essa transição é crucial para aumentar a competitividade.
“A introdução das SAFs oferece uma estrutura mais transparente e atrativa para capital internacional”, afirma o texto.
A análise também aborda o potencial de os clubes brasileiros reterem talentos que, historicamente, migraram cedo para o futebol europeu.
“Se os clubes conseguirem manter jogadores de destaque por mais tempo, isso não só elevará o nível técnico da liga, mas também atrairá maiores audiências e investimentos”, explica a revista. Além disso, o fortalecimento de transmissões televisivas e acordos de marketing global são apontados como passos essenciais para ampliar a visibilidade do futebol brasileiro.
Desafios
Apesar do otimismo, a revista alerta que alcançar o nível de sucesso da Premier League exigirá tempo e esforços coordenados. “A Premier League é fruto de décadas de planejamento estratégico, governança eficaz e marketing global. O Brasil ainda precisa superar desafios significativos, como melhorar a gestão esportiva e maximizar os direitos televisivos”, avalia a publicação.
Além disso, a fragmentação dos direitos de transmissão e a desigualdade financeira entre os clubes são problemas que precisam ser resolvidos para que a liga brasileira seja mais atrativa para investidores e espectadores internacionais.
A The Economist conclui que, com o alinhamento das reformas e a continuidade das mudanças estruturais, o futebol brasileiro pode se tornar um produto global de alto nível, capaz de competir com as maiores ligas do mundo. A rica história do Brasil no esporte, combinada com as transformações em curso, oferece um cenário promissor para a consolidação do país como um dos principais polos do futebol internacional.