A ideia de um Banco Central mais duro com a inflação neste ano e no próximo, após a decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária) de por um fim neste ciclo de cortes da Selic, irá convencer o mercado?
Parte dos economistas e analistas chegaram a avaliar que a notícia desta quarta-feira (19) de manter a Selic a 10,5% ao ano resgatou a confiança do mercado sobre a autoridade monetária, mas alguns ainda não se convencem desta sobriedade em 2025, quando ela será comandada por um diretor indicado por Lula, possivelmente Gabriel Galípolo.
“Em nossa visão, esta decisão e comunicado de livro-texto, apoiadas de forma unânime por membros do Copom, deverão ajudar a restaurar a confiança no compromisso do comitê com a meta de inflação, que, certo ou errado, tinha aparentemente sido prejudicada pelo dissenso anterior”, disse Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.
O banco ainda espera que a taxa Selic termine este ano e o próximo no atual nível de 10,50%.
Esta visão, contudo, não é compartilhada pelo Bank of America.
Novo Copom
“Embora haja um processo de desinflação em andamento, foi notado que as medidas subjacentes continuam acima da meta. Em um tom mais agressivo, não houve orientação futura, mas o conselho apresentou um cenário alternativo em que a estabilidade nas taxas seria capaz de trazer a inflação para mais perto da meta em 2025 (3,1%), desafiando os aumentos de taxas precificados pela curva de juros local”, opinam David Beker e Natacha Perez.
Segundo eles, a pausa no ciclo de flexibilização irár durar até o fim do ano, com a flexibilização retomada no ano que vem sob uma nova diretoria e nova postura do Federal Reserve.
“Esperamos que as taxas atinjam 9,0% até o fim de 2025”, completam.