O time de análise do Goldman Sachs iniciou a cobertura das ações da Totvs (TOTS3) nesta terça-feira em uma avaliação pouco animada, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 33. Os papeis caem acima de 3% em reação ao relatório.
Vitor Tomita e Milenna Okamura reconhecem que a empresa é uma “é uma história única no espaço de software do Brasil, combinando liderança ainda incontestada em produtos de software de gestão com crescimento forte e protegido contra a inflação e opções interessantes de crescimento em novos negócios emergentes e iniciativas aceleradas de vendas cruzadas”.
Apesar disso, compreendem que, aos atuais níveis de avaliação, “acreditamos que uma vantagem relevante para as estimativas de consenso exigiria cenários onde se materializassem iniciativas de longo prazo, e acreditamos que tais iniciativas ainda carregam uma incerteza significativa em termos de execução e timing, apesar de premissas estratégicas muito sólidas”.
Totvs além do TI
Segundo Tomita e Okamura, o que poderia levar a uma nova reclassificação é a materialização de opcionalidades de crescimento, como a iniciativa Techfin, “que acreditamos ser uma grande oportunidade estratégica, mas com uma execução não trivial e um timing incerto”.
A Techfin é o resultado de uma joint-venture com o Itaú (50%/50%), realizada em 2022, e que se seguiu à compra da Supplier em 2020. O objetivo é “revolucionar as soluções de crédito, pagamentos e serviços”.
“Modelamos pressupostos relativamente conservadores para este negócio (com relevância muito limitada para a nossa avaliação global) dado que: este é um novo negócio que envolverá expansão do portfólio e exigirá uma execução sólida”, explicam.
Além disso, os analistas apontam que a visibilidade sobre o momento da expansão é limitada, enquanto se presume que as taxas de risco no Brasil cairão ainda mais – o que normalmente também reduz os spreads de crédito,
“Na nossa opinião, a principal dificuldade na venda cruzada de ofertas (incluindo serviços financeiros) à base de clientes da Totvs pode ser a formação e o incentivo à ampla rede de distribuição da empresa para vender ofertas que podem ser radicalmente diferentes dos ERPs (Enterprise Resource Planning), e podem muitas vezes exigir lidar com marketing /contrapartes financeiras em vez de TI”, alerta o Goldman Sachs.