O mercado financeiro adiou de junho para outubro de 2025 a possibilidade de um corte na taxa de juro nos EUA, do intervalo atual de 4,25% a 4,50% para 4% a 4,25%, após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) referente ao mês de janeiro, divulgado nesta quarta-feira (12) pelo Departamento do Trabalho.
O índice subiu 0,5% em janeiro ante dezembro. Na comparação anual, o avanço foi de 3% em janeiro. Analistas esperavam altas de 0,3% e 2,9%, respectivamente.
O núcleo – que exclui itens voláteis como alimentos e energia – subiu 0,4% em janeiro ante dezembro. Na comparação anual, o acréscimo foi de 3,3% em janeiro. Analistas esperavam altas de 0,3% e 3,1%, respectivamente.
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Para Daniel Siluk, diretor global da Janus Henderson, o piso está claro e o Federal Reserve não deve reduzir mais a taxa de juros.
“Não importa a maneira como o Fed escolha dividir os dados – números gerais, núcleo, supernúcleo – todos vieram acima do esperado. Tanto as estimativas anualizadas de três meses quanto as de seis meses também vieram mais altas. Embora os números do CPI do início do ano sejam conhecidos pelos fatores sazonais e pela distorção, o mercado de trabalho está claramente estável e os sinais econômicos não asseguram condições mais fáceis. Todos os sinais sugerem que a taxa básica de juros neutra deveria ser mais alta”, explica.
![Jerome Powell, presidente do Federal Reserve](https://media.dinheirama.com/medias/uploads/2024/09/20240918-jerome-powell-918-1024x576.webp)
O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou ontem no seu depoimento de abertura de audiência no Senado em Washington que os dirigentes do BC dos Estados Unidos não estão “com pressa para ajustar a postura da política monetária”. Ele salientou que reduzir os juros rapidamente demais pode prejudicar o progresso no combate à inflação.
“Ao mesmo tempo, reduzir a postura da política restritiva muito devagar ou pouco pode enfraquecer a atividade econômica e emprego”, afirmou o presidente do Fed.
Para Sarah House e Michael Pugliese, economistas do Wells Fargo, com a inflação ainda acima da meta do Fomc (Federal Open Market Committee), o mercado de trabalho parecendo mais robusto após a oscilação do verão passado e a incerteza aumentada em torno das mudanças na política econômica, acreditamos que o Fed se estabeleceu em uma espera prolongada.
“Não mudamos nossas expectativas para dois cortes de taxa de 25 pontos-base em setembro e dezembro deste ano, mas acreditamos que os riscos estão maiores para nenhum corte este ano se os dados de inflação não esfriarem ainda mais nos próximos meses”, ressaltam.
A reação dos mercados financeiros foi ruim, com quedas nas bolsas em Wall Street e no Ibovespa (IBOV).