Finclass
Home Empresas Tupperware pede recuperação judicial com fracasso de e-commerce

Tupperware pede recuperação judicial com fracasso de e-commerce

No mês passado, a empresa já havia alertado que enfrentava “desafios significativos de liquidez”

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Tupperware

A Tupperware (TUP), conhecida por seus icônicos recipientes plásticos coloridos, entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos nesta quarta-feira (18), após admitir que seus esforços de reestruturação falharam. A empresa protocolou o pedido no Tribunal de Falências dos EUA, no estado de Delaware, reconhecendo que essa seria a melhor alternativa para enfrentar os desafios financeiros que vem enfrentando nos últimos anos.

A CEO da empresa, Laurie Ann Goldman, nomeada em outubro do ano passado, afirmou que o processo de recuperação judicial trará à Tupperware a flexibilidade necessária para buscar alternativas estratégicas que apoiem sua transformação em uma companhia digital e orientada por tecnologia. Goldman, que já atuou na Avon, Spanx e Coca-Cola, tenta liderar a recuperação de uma marca que, outrora referência no mercado, viu suas receitas caírem diante da concorrência e da redução na demanda.

As ações já vinham sofrendo no mercado, com uma queda de 58% apenas no último dia de negociações antes da suspensão, e acumulando uma desvalorização de 75% em 2023. A empresa, baseada em Orlando, Flórida, espera manter suas operações enquanto atravessa o processo judicial, continuando a vender seus produtos por meio de consultores de vendas, lojas de varejo e canais online.

A situação financeira da empresa é preocupante. Em 2023, a Tupperware reportou uma receita de aproximadamente US$ 1,1 bilhão, mas com uma dívida financiada de cerca de US$ 811,8 milhões. No mês passado, a empresa já havia alertado que enfrentava “desafios significativos de liquidez” e expressou dúvidas sobre sua capacidade de continuar operando. Além disso, houve uma alta rotatividade em seu departamento contábil, incluindo a saída da diretora financeira, Mariela Matute, em julho deste ano.

Finclass

Fundada em 1946 por Earl Tupper, a empresa ganhou popularidade mundial ao longo dos anos com seus recipientes de plástico vedados e os famosos “Tupperware parties”, idealizados pela vendedora Brownie Wise. No entanto, nos últimos anos, a Tupperware enfrentou desafios crescentes, como a falta de uma infraestrutura robusta de e-commerce e uma dependência excessiva das vendas diretas, que representaram quase 90% de suas vendas em 2023.

O pedido de recuperação judicial ocorre em meio a uma série de dificuldades internas, incluindo o fechamento de uma de suas fábricas na Carolina do Sul, previsto para janeiro de 2025, o que afetará cerca de 148 funcionários. A empresa, que emprega mais de 5.450 pessoas em 41 países, relatou um prejuízo líquido de US$ 54 milhões no terceiro trimestre de 2023, com uma queda de 14% na receita em comparação ao ano anterior.

Com dívidas estimadas entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões, o futuro da Tupperware agora depende de sua capacidade de se reorganizar e encontrar novos caminhos para manter sua operação e relevância no mercado global.

Veja o comunicado da Tupperware

Finclass

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.

© 2024 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.