A Tupy S.A. (TUPY3) apresentou resultados mistos no terceiro trimestre de 2024, com uma receita líquida de R$ 2,8 bilhões, uma redução de 7% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Esse desempenho foi impactado pela menor demanda por veículos comerciais no mercado externo, além do enfraquecimento do setor de aplicações off-road, especialmente nos Estados Unidos e Europa.
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No entanto, a empresa conseguiu compensar parte dessa queda com a desvalorização do real e com o crescimento nas receitas da MWM, unidade de negócios adquirida que obteve aumento de dois dígitos na receita.
A margem bruta da Tupy aumentou ligeiramente, chegando a 17,9%, graças a um ganho de eficiência de R$ 40 milhões e à taxa de câmbio favorável, que mitigou parcialmente a queda de volumes.
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No acumulado dos primeiros nove meses do ano, a margem bruta foi de 18,4%, um leve avanço em relação aos 17,4% do mesmo período do ano anterior.
O ebitda ajustado foi de R$ 338 milhões, representando uma queda de 8% em comparação ao terceiro trimestre de 2023. A margem ebitda ajustada se manteve estável em 12,2%, mostrando que a empresa foi capaz de controlar seus custos, apesar de enfrentar gargalos logísticos que geraram um custo adicional de R$ 10 milhões.
Nos primeiros nove meses do ano, o ebitda ajustado acumulado foi de R$ 1,0 bilhão, um crescimento de 3% sobre o mesmo período de 2023.
Um dos pontos de destaque no trimestre foi a geração de caixa operacional da Tupy, que alcançou R$ 227 milhões, uma queda em relação aos R$ 359 milhões do terceiro trimestre de 2023.
Mesmo com a variação negativa no trimestre, o acumulado dos nove primeiros meses de 2024 mostrou um crescimento expressivo de 97%, atingindo R$ 762 milhões, o maior valor acumulado da história da companhia. Esse aumento é resultado de uma melhor gestão do capital de giro e das iniciativas de eficiência operacional.
O lucro líquido, por outro lado, caiu 66%, ficando em R$ 50 milhões no trimestre, impactado pelo aumento das despesas financeiras e pelos efeitos cambiais decorrentes da apreciação do peso mexicano sobre a base tributária.
No acumulado do ano, o lucro líquido foi de R$ 180 milhões, uma queda de quase 50% em relação ao mesmo período de 2023.
Esse cenário reflete tanto a alta das despesas financeiras, que cresceram 76% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quanto os desafios macroeconômicos enfrentados pela empresa.
A Tupy também destacou seu progresso em novas áreas de negócios, como a expansão de produtos para o mercado de reposição, que apresentou um crescimento de 16% no trimestre, o início das operações de sua bioplanta em parceria com a cooperativa Primato, e a construção de uma planta de reciclagem de baterias de lítio em colaboração com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo.
Essas iniciativas refletem a estratégia da companhia de diversificação e inovação, com foco em setores de alta rentabilidade e alinhados a tendências de sustentabilidade.
Dívida
Em termos de endividamento, a Tupy registrou uma dívida líquida de R$ 2,3 bilhões no terceiro trimestre de 2024, mantendo uma relação dívida líquida/ebitda ajustado de 1,81x.
A empresa também realizou uma nova emissão de debêntures no valor de R$ 1,5 bilhão, destinada ao refinanciamento de dívidas anteriores, o que ajudou a melhorar o perfil da dívida da companhia.
Para os próximos trimestres, a Tupy aposta na recuperação dos volumes de exportação, especialmente com a vitória republicana nas eleições dos Estados Unidos, o que pode favorecer o setor de transporte e infraestrutura do país.
No mercado interno, o crescimento na produção de veículos pesados deve continuar beneficiando as operações da Tupy voltadas à montagem e usinagem de motores.
Com uma estratégia de agregar valor aos seus produtos e expandir seu portfólio em segmentos estratégicos, a Tupy espera capturar oportunidades de crescimento, mesmo diante de um cenário econômico global desafiador.