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UE se aproxima de pedido de pausa na guerra entre Israel e Hamas, mas dúvidas persistem

Josep Borrell, chefe de política externa da UE, disse que apoia o pedido do secretário-geral da ONU, António Guterres, de uma pausa no conflito para permitir que muito mais ajuda humanitária chegue aos civis palestinos na sitiada Faixa de Gaza

por Reuters
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Josep Borrell

A União Europeia se inclinou nesta segunda-feira a endossar uma “pausa humanitária” na guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, mesmo com alguns governos do bloco demonstrando reservas quanto à ideia.

Josep Borrell, chefe de política externa da UE, disse que apoia o pedido do secretário-geral da ONU, António Guterres, de uma pausa no conflito para permitir que muito mais ajuda humanitária chegue aos civis palestinos na sitiada Faixa de Gaza.

As autoridades da UE também esboçaram uma declaração de apoio à proposta para uma cúpula da UE nesta semana, embora tenham alertado que o texto ainda pode mudar nos próximos dias.

As medidas refletem o crescente alarme sobre o destino dos civis palestinos após duas semanas de bombardeios e bloqueios de Israel contra Gaza em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro, que matou 1.400 pessoas e fez mais de 200 reféns.

Mais de 5.000 palestinos foram mortos em ataques israelenses, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, e cerca de 1,4 milhão dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza estão agora deslocados internamente, segundo as Nações Unidas.

De acordo com autoridades, dois comboios de ajuda – um com 20 caminhões e outro com 14 – entraram em Gaza no fim de semana, vindos do Egito, pela passagem de Rafah. Mas os trabalhadores humanitários disseram que essa era uma fração da ajuda que entraria em Gaza mesmo em tempos normais.

“Agora, o mais importante é que o apoio humanitário entre em Gaza”, disse Borrell aos repórteres ao chegar a uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE em Luxemburgo.

Membros da UE como França, Espanha, Holanda, Irlanda, Eslovênia e Luxemburgo também apoiaram a ideia.

“Há uma necessidade vital de levar água, alimentos e suprimentos médicos para Gaza”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Micheal Martin. “O grau de sofrimento humano é imenso. Temos que distinguir entre os civis de Gaza e o Hamas.”

Mas alguns outros ministros expressaram abertamente reservas sobre a proposta ou evitaram uma resposta direta quando perguntados sobre ela.

A divergência de pontos de vista refletiu amplamente as diferenças de longa data dentro da UE sobre o conflito israelense-palestino, com aqueles vistos como mais simpáticos aos palestinos pressionando por uma pausa, enquanto os aliados ferrenhos de Israel são mais relutantes.

Questionada por que a Alemanha não apoiou os pedidos de um cessar-fogo humanitário, a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, disse que os últimos dias mostraram a importância de levar ajuda a Gaza, mas também deixaram claro que o Hamas continuava a atacar Israel.

“Todos nós vimos que o terrorismo continua sem parar, que estão ocorrendo ataques maciços com foguetes contra Israel”, declarou ela. “Não podemos acabar com a catástrofe humanitária quando o terrorismo de Gaza continua.”

Alguns questionaram se uma pausa impediria o direito de Israel de se defender enquanto busca destruir as posições do Hamas em Gaza.

“É claro que todos gostariam que a violência chegasse ao fim. Mas Israel tem o direito à autodefesa”, disse o ministro das Relações Exteriores da Áustria, Alexander Schallenberg.

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