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Vai alugar um imóvel? Preste atenção!

por Conrado Navarro
3 min leitura

Construir o futuro!Márcio comenta: “Navarro, minha família passou por experiências amargas quanto tentou alugar um imóvel no ano passado. Primeiro, erramos ao deixar de avaliar bem o local e, segundo, fomos enganados em algumas reformas que não foram ressarcidas pelo dono da casa, nem endossadas pela imobiliária. Como vi que já escreveu alguns artigos sobre imóveis, fica a minha sugestão: que tal falar sobre os pontos cruciais para quem vai alugar um apartamento ou casa? Desde já agradeço”.

Márcio, obrigado pela visita. É uma pena que vocês tenham aprendido de forma trágica, mas também é ótimo que você tenha tido a coragem de expôr sua situação, com o objetivo de colaborar com outros muitos leitores que podem estar passando pelo mesmo problema. Alugar um imóvel[bb], sendo dono ou inquilino, é uma tarefa que exige planejamento, paciência e muita dedicação. É comum encontrar regiões onde um imóvel tarda muito a ser alugado e outros onde a demanda é maior que a oferta. Ambos os casos demontram que há algo que merece sua atenção.

De uma forma geral, desempenhar o papel de bom inquilino é algo que dá trabalho. Veja bem, trabalho no sentido de manter as coisas sob controle, de cultivar um bom relacionamento com a imobiliária e(ou) dono do imóvel e de preocupar-se com a escolha ideal dentre as muitas opções disponíveis. Trabalho no sentido bom[bb] da palavra. O que costumo dizer é:

Sempre vá ao imóvel que pretende alugar. Apesar de ser jovem, de adorar a Internet e de resolver muitos de meus problemas através dela, recomendo que não faça isso quando for pensar em alugar uma casa ou apartamento. Mais, vá ao imóvel durante o dia, de noite, no final de semana. Você pode descobrir, depois de ter assinado o contrato, que toda quarta-feira acontece, bem na sua rua, uma feira de peixes bem fedida. Aconteceu comigo, pode acontecer com você.

Sua melhor companhia na primeira visita ao imóvel é sempre a máquina fotográfica[bb]. Faça como os peritos e inspetores, fotografe o que achar problemático, registre a data da visita e mantenha um “dossiê” sempre à mão quando for negociar valores e condições junto à imobiliária e(ou) dono do imóvel.

Preocupe-se com os vizinhos. Eles, afinal de contas, serão sua companhia durante muito tempo. Hum, o apartamento é ótimo, mas o vizinho ao lado abriga um cachorro enorme, que quase não toma banho, e que não gosta de companhia no elevador? Acontece. Procure conversar com o zelador, funcionários do condomínio e com os vizinhos. Saber onde vai pisar e dormir faz muita diferença.

Faça um diagnóstico da região. Se você tem filhos pequenos, não vai querer que eles precisem atravessar toda a cidade para chegar à escola, certo? Procure pesquisar sobre a infra-estrutura do bairro, das ruas ao seu redor. Algumas perguntas que costumo fazer: há restaurantes por perto? E Supermercado, feira, escola, universidade, ponto de ônibus, de táxi, shopping?

Procure saber quanto custa o condomínio e o IPTU. Em alguns casos, os valores podem não estar dentro de seu orçamento e é melhor descobrir isso antes de se mudar.

Lute por um bom contrato (para você). Como exemplo, é comum encontrar contratos que promovem multas para quem queira desistir, mesmo depois de 24 ou 36 meses. Só assine se esta cláusula estipular, no máximo, 12 meses como tempo de permanência no imóvel.

Trate bem as correspondências do dono/locador. Se, por ventura, alguma conta, carta, revista ou documento ainda chegar ao imóvel, mesmo depois de você já ter se mudado, comunique ao proprietário e(ou) à imobiliária. Seja gentil, um dia o dono do imóvel pode ser você.

Não transforme o imóvel em um canteiro de obras só porque julga necessário. Melhor, não reforme nada sem autorização formal (escrita) do locador. Simples assim.

Pague em dia as contas de água, luz, serviços públicos e impostos. Tudo isso é responsabilidade do inquilino. Além disso, lembre-se que despesas de manutenção e operação do imóvel também são sua atribuição.

Penso em levar adiante o tema e escrever sobre as garantias para o aluguel (fiança, caução etc) e também sobre os gastos e armadilhas quando surge a necessidade de reformar um imóvel. Que tal? As dicas de hoje, simples, mas muito eficientes, são parte de um trabalho de conscientização que deve ser levado a todos os que querem morar em um lugar melhor, mais bonito e tranquilo.

Mais do que isso, saber lidar com as possibilidades de maus negócios é fundamental. A grande maioria das casas e apartamentos que você vai visitar apresenta algum problema. Faça as coisas com calma e, na dúvida, nunca feche o negócio. A pressa, no mundo das finanças pessoais, é quase sempre inimiga da perfeição.

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Crédito da foto para Marcio Eugenio.

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