Os resultados de novembro do IRB (IRBR3) lançaram uma visão mais positiva sobre a trajetória de recuperação da empresa e para o balanço do quarto trimestre e de 2024, esperado para 25 de fevereiro.
Os números da Susep (Superintendência de Seguros Privados) destacaram um lucro líquido de R$ 65 milhões no mês, um aumento expressivo de 171% em relação ao período homólogo e acima dos R$ 24 milhões registrados em outubro.
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Os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, do BTG Pactual, projetam que os números de dezembro serão mais baixos, mas ainda assim, estimam que o lucro líquido do quarto trimestre será de R$ 134 milhões, superando em 30% suas projeções e as expectativas do mercado.
O desempenho foi impulsionado por prêmios retidos mais elevados e, principalmente, pela redução das despesas com sinistros. Em relação ao ano anterior, o lucro foi favorecido por uma menor taxa de comissão e rendimentos financeiros mais fortes. O índice de sinistralidade total caiu 20 pontos percentuais no comparativo mensal, atingindo 56%, enquanto a taxa de comissão caiu para 17%.
A equipe do BTG elogiou a gestão do CEO Marcos Falcão, que transmitiu uma mensagem otimista em reunião recente. Com alta acumulada de mais de 20% no ano e quase 40% desde dezembro, o IRB permanece como uma das principais apostas do banco para 2025, beneficiado por resultados financeiros mais sólidos e uma Selic elevada. A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 56,50.
Risco de alta
Já o Safra, que tem uma visão mais pessimista sobre a companhia e uma recomendação ainda “underperform” e preço-alvo de R$ 45, reconheceu uma melhora no lucro líquido, impulsionada por melhores resultados de subscrição.
Os analistas Daniel Vaz e Maria Luisa Guedes ressaltam que o índice combinado ficou em 86,8%, abaixo da meta de longo prazo de 95%, o que indica progresso operacional. Contudo, os prêmios emitidos caíram 14,3% no comparativo anual, com retração também nos prêmios internacionais.
O Safra projeta que, se o índice combinado ficar abaixo da marca de 100%, há um risco de alta para os números, considerando que está conservador nas estimativas para 2025, com R$ 460 milhões.
Arbitragem com o Previ
O IRB firmou um termo de arbitragem com o fundo de previdência Previ e os ex-executivos José Carlos Cardoso e Fernando Passos, formalizando o início de um procedimento para discutir a desvalorização das ações da companhia e possíveis responsabilidades dos envolvidos.
A arbitragem busca esclarecer os impactos da significativa queda nas ações do IRB desde fevereiro de 2020, atribuída, segundo alegações, à divulgação de informações possivelmente falsas nas demonstrações financeiras e na base acionária. Essa situação gerou repercussões jurídicas e arbitrais, incluindo disputas sobre responsabilidades e potenciais reparações financeiras.
O IRB reafirmou seu compromisso com o cumprimento das normas regulatórias e informou que continuará mantendo o mercado atualizado sobre os desdobramentos do caso, reforçando a transparência no processo.