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Vale depende só dela para “destravar” muito valor nas ações

Apesar dos ventos contrários, o valuation da mineradora é atraente com um desconto de capital de 16% em relação aos preços spot, diz a XP

por Gustavo Kahil
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Vale
A expectativa de um mercado apertado para cobre e níquel, devido à demanda acelerada de veículos elétricos, baterias e energia renovável, com capacidade de adição limitada, é um fator positivo (Imagem: Divulgação/ Vale)

A XP Investimentos publicou nesta sexta-feira (21) uma análise otimista sobre o futuro das ações da Vale (VALE3), destacando o significativo valor que pode ser desbloqueado quando o desempenho operacional da área de metais básicos (Vale Base Metals, ou VBM) melhorar.

O foco principal está no plano estratégico da Vale para aumentar a capacidade de produção de cobre e níquel, o que, segundo os analistas, poderá resultar em um expressivo incremento de Ebitda nos próximos anos.

“Nossa opinião é que vemos com bons olhos o plano estratégico bem detalhado da Vale para seus ativos de metais básicos”, afirmaram os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano.

Eles destacam que a companhia apresentou, durante um webinar, várias oportunidades de crescimento e otimização de operações, fundamentais para melhorar o desempenho operacional e desbloquear valor para os acionistas.

Vale Base Metals

Durante o webinar de Revisão de Ativos de Metais Básicos, realizado pela Vale, o presidente da VBM, Mark Cutifani, juntamente com a diretora comercial da VBM, Tina Litzinger, e o diretor de RI da Vale, Thiago Lofiego, delinearam um plano estratégico detalhado.

Este plano prevê a expansão da capacidade de produção de cobre em 100 mil toneladas por ano (ktpy) e de níquel em 40 ktpy até 2028, impulsionando a eficiência operacional e potencialmente resultando em um EBITDA incremental de aproximadamente US$ 400 milhões até 2026 e US$ 1,3 bilhão até 2028.

Os analistas da XP Investimentos ressaltam que as melhorias projetadas nos volumes de produção, de 5% a 10%, e a redução de custos em cerca de 10%, são fatores cruciais que devem impulsionar um melhor desempenho operacional.

“Acreditamos que o Ebitda deve aumentar significativamente nos próximos anos, devido ao aumento da rentabilidade e geração de caixa para financiar as próximas etapas”, afirmaram Laghi, Nippes e Urbano.

Esse incremento é esperado a partir da revisão de ativos da VBM e de iniciativas de produtividade com baixo capital.

Mercado apertado

Além disso, a expectativa de um mercado apertado para cobre e níquel, devido à demanda acelerada de veículos elétricos, baterias e energia renovável, com capacidade de adição limitada, também é um fator positivo.

A análise menciona que para o cobre, um mercado mais restrito deve persistir devido a excedentes de capex para projetos, diminuição dos teores de cobre, preocupações ESG e riscos regulatórios. Para o níquel, espera-se um aumento da oferta da Indonésia e produtos químicos de baterias ricos em níquel crescendo com a adoção do Ocidente.

Valor das ações

Os analistas da XP também ressaltam a atratividade do valuation da Vale, com um múltiplo do valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda, na sigla em inglês) projetado para 2024 abaixo de 4 vezes.

“Apesar dos ventos contrários, vemos o valuation da Vale como atraente, com um desconto de capital de 16% em relação ao que os preços spot das commodities implicariam”, afirmaram. Eles reiteram a recomendação de compra para as ações da Vale, apontando um potencial de valorização significativo.

A análise também menciona que, embora os riscos de baixa para os preços do ferro no curto prazo sejam limitados, as discussões em andamento relacionadas ao governo permanecem uma ameaça, embora estejam próximas de uma conclusão. Essa observação sugere que a estabilidade regulatória é um fator importante para a valorização futura das ações da Vale.

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