A consultoria Wood Mackenzie divulgou nesta terça-feira (21) um relatório com as principais tendências para o mercado de minério de ferro em 2025. Apesar de uma recuperação moderada da demanda chinesa, o cenário global será impactado por mudanças políticas, desafios econômicos e novas fontes de oferta, como o projeto Simandou, na Guiné.
Segundo o relatório, a demanda por minério de ferro de alta qualidade continuará crescendo devido às iniciativas de descarbonização, mas os preços podem permanecer pressionados pela desaceleração no setor imobiliário chinês. Além disso, o aumento da oferta, especialmente com o início das operações em Simandou, criará um desequilíbrio no mercado.
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Veja o que esperar para o minério de ferro
• China continua sendo a peça central do mercado. O mercado global de minério de ferro seguirá altamente dependente da economia chinesa. “A recuperação da demanda no setor imobiliário será limitada, com uma contração esperada de 10% em 2025”, destacou o relatório. Medidas de estímulo econômico podem trazer algum alívio, mas os problemas estruturais persistem.
• Descarbonização impulsiona a demanda por minério de alta qualidade. A transição para uma produção de aço mais sustentável está mudando o mix de produtos no mercado de minério. “A preferência por minério de alta qualidade aumentará, enquanto a demanda por produtos de baixa qualidade deve cair gradualmente.”
• Simandou transformará o mercado global. Com o início da produção previsto para o final de 2025, o projeto Simandou adicionará 120 milhões de toneladas anuais de minério de alta qualidade ao mercado. “Esse aumento de oferta pode pressionar os preços e deslocar os produtores de menor qualidade, especialmente na Austrália.”
• Preços devem permanecer pressionados. A Wood Mackenzie projeta uma média de US$ 99 por tonelada em 2025. “Os desafios na economia chinesa e a maior oferta devem limitar uma recuperação significativa nos preços.”
• Investimentos das mineradoras refletem mudança estratégica. As grandes mineradoras estão focando em melhorar a qualidade dos seus produtos e reduzir emissões. “Vale (VALE3), Rio Tinto e BHP estão investindo fortemente em projetos de alta qualidade e iniciativas de descarbonização.”
• Mineração indiana enfrenta incertezas fiscais. Mudanças tributárias na Índia podem aumentar os custos de produção e reduzir a competitividade dos produtores locais no mercado global. “Essas medidas podem acelerar a transição da Índia para um status de importadora líquida.”
• Produção de aço e transição energética. A expansão de indústrias como veículos elétricos e energia renovável pode compensar parte da queda no setor imobiliário. Contudo, “essas demandas não serão suficientes para equilibrar o mercado a curto prazo.”
• Projetos de médio porte ganham relevância. Menores mineradoras com foco em minério de alta qualidade têm a chance de ganhar espaço em um mercado cada vez mais competitivo.
• Desafios logísticos no projeto Simandou. Embora promissor, o projeto enfrenta desafios na infraestrutura, como a construção de ferrovias e portos, fundamentais para sua operação plena.
• Conclusão: incertezas à frente. “A combinação de fatores como a recuperação econômica chinesa, a transição energética e novos projetos de mineração moldará um mercado volátil e competitivo em 2025”, concluiu o relatório.