O Banco Central elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual nesta semana, levando o juro para 10,75%, e apontando para mais altas adiante. É claro que a mudança de tendência ajuda a renda fixa, mas algumas ações na Bolsa continuam atrativas na comparação com a renda fixa, avalia a XP Investimentos.
Segundo a equipe liderada pelo estrategista-chefe Fernando Ferreira, enquanto os spreads de crédito estão nas mínimas históricas, o prêmio de risco e a Taxa Interna de Retorno (TIR) das ações estão em níveis historicamente altos.
“Isso indica que as ações brasileiras seguem muito descontadas e baratas em relação à renda fixa, para os mesmos emissores. Comparamos as taxas atuais na renda fixa com o retorno equivalente das ações para uma lista de 10 companhias brasileiras”, avalia.
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A corretora calcula que TIR implícita para setores defensivos está em níveis historicamente altos, perto de 11% a 12%.
“O cálculo da taxa interna de retorno de uma ação leva em consideração o valor de mercado daquela empresa na Bolsa, e a estimativa de fluxo de caixa para os próximos anos, conforme os nossos analistas. Dessa forma, chegamos a uma estimativa de uma TIR em termos reais, ou seja, acima da inflação”, explica.
A XP explica que, enquanto os títulos corporativos estão sendo negociados com spreads muito baixos em relação aos títulos do Tesouro, as ações estão sendo negociadas a um valuation equivalente a um título NTN-B + 6,1% ao ano.
“Ou seja, IPCA +12% ao ano. Você gosta de IPCA +6% ao ano? Que tal IPCA +12%?”, pergunta Ferreira.
Usando a Eletrobras como exemplo, a XP explica que as debêntures de 2031 estão sendo negociadas a IPCA +6,42%, um spread de +30 pontos-base acima dos títulos do Tesouro com duração similar (NTN-B). Em comparação, a XP calcula que a TIR real de suas ações é atualmente de 13%, o que seria o equivalente a IPCA +13%.