O Itaú BBA apresentou um relatório detalhado sobre 58 empresas na América Latina, incluindo 34 negociadas na B3, que se destacam pelo conceito de “economic moats”.
Este termo, popularizado por Warren Buffett, refere-se à capacidade de uma empresa de sustentar uma vantagem competitiva ao longo do tempo, garantindo retornos elevados sobre o capital investido (ROIC) em relação ao custo do capital (WACC).
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O estudo utilizou dois critérios principais para identificar essas empresas:
ROIC acima do WACC ao longo de um ciclo, ou retorno sobre patrimônio (ROE) no caso de instituições financeiras.
Estabilidade de participação de mercado, indicando resiliência e competitividade.
Além disso, as empresas foram divididas em duas categorias:
Proven Moats (48 empresas): Com histórico consistente de retorno superior ao custo de capital nos últimos cinco anos.
Newcomers (10 empresas): Empresas que apresentaram ROIC positivo em 2023 e projeções de crescimento nos próximos três anos.
Panorama regional
O Brasil lidera em número absoluto de empresas com “moats” (59% do total), enquanto o México destaca-se pela maior concentração relativa de empresas com vantagens competitivas (56% das avaliadas). Os setores de indústria, finanças e bens de consumo mostraram a maior difusão de “moats”, com mais da metade das empresas analisadas atendendo aos critérios, enquanto os setores de serviços de comunicação, saúde e imóveis apresentaram menos de 20%.
Entre as 58 empresas identificadas, dez se sobressaem por seus valuations atraentes e projeções positivas de lucro, destacadas como “top picks” pelo Itaú BBA:
Arca Continental (México): Uma das principais engarrafadoras da Coca-Cola, com sólido crescimento no mercado de bebidas.
Banco do Brasil (Brasil): Instituição financeira com alto ROE e avaliação atrativa.
Banco Santander Chile (Chile): Destaque pela eficiência operacional no setor bancário.
Credicorp (Peru): Forte presença no setor financeiro peruano, com perspectivas de crescimento estáveis.
Direcional Engenharia (Brasil): Foco no segmento de habitação popular, com projeções de melhoria no EBITDA e lucro por ação.
Equatorial Energia (Brasil): Empresa do setor elétrico com histórico de expansão e eficiência.
GPS (Brasil): Prestadora de serviços de facilities, com aumento de participação de mercado.
Grupo Aeroportuario del Sureste – ASUR (México): Operadora de aeroportos com margens consistentes e ROIC elevado.
Mercado Libre (Argentina/México/Brasil): Líder em e-commerce e fintechs na região, com crescimento acelerado.
WEG (Brasil): Referência global em motores e automação industrial, com desempenho financeiro robusto.
Diferenciação estratégica
Além das “top picks”, o relatório destacou empresas específicas por temas diferenciados:
Melhora no ROIC marginal: Nubank, Marcopolo e Banco Santander Chile apresentam PEG Ratios abaixo de 1x, combinados a crescimento no retorno sobre capital.
Ganho de participação de mercado: Mercado Libre, Vivara, Falabella, Equatorial e Fras-Le mostraram avanços significativos nos últimos três anos.
Valorização implícita e poder de geração de lucros: Nubank lidera em precificação de crescimento, enquanto Banco do Brasil apresenta maior atratividade em termos de valor atual.
Criação de riqueza no longo prazo: WEG e Mercado Libre destacam-se pelas maiores taxas de crescimento anual composto (CAGR) em prazos de 5 a 20 anos.
Valuation
O estudo também apontou que as empresas com “moats” estão sendo negociadas a múltiplos atrativos, com preço/lucro (P/E) médio de 12x, um desconto de 20% em relação à média histórica. O PEG Ratio médio de 1,2x reforça o potencial de valorização, tornando a amostra interessante em um mercado avaliado a um prêmio de 10% em relação ao histórico.
Ao adotar uma abordagem inspirada no professor Bruce Greenwald, o Itaú BBA busca identificar empresas não apenas por resultados financeiros passados, mas também por sua capacidade de sustentar vantagens competitivas no futuro. Empresas como Arca, Mercado Libre, WEG e Coca-Cola FEMSA foram mencionadas como destaques em qualidade operacional.
Veja a lista completa das ações “moats” brasileiras:
Empresa | Código | Empresa | Código |
---|---|---|---|
Azzas 2154 | AZZA3 | Odontoprev | ODPV3 |
SBF | SBFG3 | Weg | WEGE3 |
Track & Field | TFCO4 | GPS | GGPS3 |
Vivara | VIVA3 | Intelbras | INTB3 |
Cury | CURY3 | Totvs | TOTS3 |
Plano e Plano | PLPL3 | CPFL Energia | CPFE3 |
Vibra | VBBR3 | Engie | EGIE3 |
3tentos | TTEN3 | Equatorial | EQTL3 |
Grupo Mateus | GMAT3 | Neoenergia | NEOE3 |
RD | RADL3 | Fras-le | FRAS3 |
Ambev | ABEV3 | Mercado Livre | MELI34 |
Banco do Brasil | BBAS3 | Direcional | DIRR3 |
BTG Pactual | BPAC11 | Ultrapar | UGPA3 |
BR Partners | BRBI11 | Nubank | ROXO34 |
B3 | B3SA3 | Marcopolo | POMO4 |
BB Seguridade | BBSE3 | Localiza | RENT3 |
Caixa Seguridade | CXSE3 | Alupar | ALUP11 |