Home Comprar ou Vender Veja as 5 ações em que a alta do dólar é “lenha na fogueira”

Veja as 5 ações em que a alta do dólar é “lenha na fogueira”

O real brasileiro acumulou uma queda de 10,4% em relação ao dólar neste ano, ficando atrás de todos os seus pares de mercados emergentes

por Gustavo Kahil
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Dólar em alta
(Imagem: ChatGPT/ Dinheirama)

A alta do dólar pode ser vista como um desafio para muitos setores da economia brasileira, mas para algumas empresas com ações negociadas na Bolsa, essa valorização da moeda norte-americana é um verdadeiro combustível para seus lucros.

Ações como as da Embraer (EMBR3), Klabin (KLBN11), PetroRio (PRIO3), JBS (JBSS3) e SLC Agrícola (SLCE3) se beneficiam de um real fraco, segundo mostram os analistas do BTG Pactual em um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (13).

O real brasileiro acumulou uma queda de 10,4% em relação ao dólar neste ano, ficando atrás de todos os seus pares de mercados emergentes. Esse cenário é impulsionado por preocupações fiscais domésticas, mesmo com um conjunto sólido de contas externas.

Conforme Carlos Sequeira, Osni Carfi, Guilherme Guttilla e Bruno Lima, do BTG, “as preocupações fiscais, juntamente com as taxas de juros relativamente altas dos EUA, estão exercendo uma pressão extra sobre o real”.

Para empresas exportadoras, um real fraco é altamente benéfico. A Embraer, por exemplo, realiza 93% de suas vendas em dólares enquanto 83% de seus custos são na moeda norte-americana. Isso significa que a alta do dólar aumenta significativamente sua margem de lucro.

“A Embraer se destaca por sua alta exposição ao dólar, tornando-se uma escolha atrativa em um cenário de real desvalorizado”, comenta o BTG Pactual.

A Klabin, líder no setor de papel e celulose, também se beneficia. Cerca de 50% de suas receitas são em dólares, enquanto seus custos são majoritariamente em reais. Isso gera um ganho expressivo quando a moeda norte-americana se valoriza.

“A Klabin tem uma estrutura de custos favorável em um cenário de dólar alto, tornando-a uma opção segura para os investidores”, afirmam os analistas.

No setor de petróleo, a PetroRio destaca-se com 100% de suas vendas em dólares, enquanto 50% de seus custos são na mesma moeda. Isso faz com que a empresa lucre significativamente com a alta do dólar, já que seus custos em reais ficam mais competitivos.

“A PetroRio é uma excelente escolha para se proteger da volatilidade cambial, especialmente com a alta do dólar”, ressalta o BTG.

(Imagem: Reprodução/SLC Agricola)
Instalações da SLC Agrícola (Imagem: Reprodução/SLC Agricola)

Agronegócio

O setor agropecuário também vê vantagens em um real fraco, especialmente empresas como a SLC Agrícola. Com 96% de suas vendas em dólares e 60% de seus custos em reais, a SLC ganha com a desvalorização do real.

“A SLC Agrícola está bem posicionada para se beneficiar de um cenário de dólar alto, dado seu forte perfil de exportação”, observa Carfi.

A JBS, gigante dos alimentos, possui uma operação global que lhe permite se beneficiar de um dólar mais alto. Com uma grande parte de suas receitas em dólares e custos espalhados pelo mundo, a empresa consegue converter seus ganhos em dólares para reais de forma vantajosa.

“A JBS tem um perfil financeiro que se ajusta bem em cenários de alta do dólar, mantendo suas margens saudáveis”, destaca Guttilla.

Quem perde com o dólar alto

Vale ressaltar que, enquanto essas empresas se beneficiam, outras sofrem com a alta do dólar.

Companhias aéreas como Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), e alguns varejistas como Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Hering, do Grupo Soma (SOMA3), sentem o impacto negativo devido aos altos custos dolarizados.

“Empresas com maior exposição a custos em dólar, mas receitas em reais, tendem a sofrer mais em cenários de desvalorização do real”, explica Sequeira.

Além das principais opções, outras empresas como Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4) e Petrobras (PETR4) também se beneficiam de um real fraco, mas não foram destacadas como as melhores escolhas neste relatório.

“Vale, Gerdau e Petrobras continuam sendo opções interessantes, mas preferimos focar naquelas com maior exposição ao dólar”, conclui Lima.

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