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Guerra total: tensão Israel vs. Hamas pode escalar; petróleo sobe

O líder do Hamas Ismail Haniyeh foi assassinado no Irã, gerando ameaças de vingança contra Israel; EUA negam participação

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Líder do Hamas Ismail Haniyeh em Teerã

O líder do Hamas Ismail Haniyeh foi assassinado na madrugada de quarta-feira no Irã, segundo o grupo militante palestino e Teerã, gerando ameaças de vingança contra Israel em uma região já abalada pela guerra em Gaza e pelo aprofundamento do conflito no Líbano.

A Guarda Revolucionária do Irã confirmou a morte de Haniyeh, horas depois que ele participou de uma cerimônia de posse do novo presidente do país, e disse que estava investigando.

Haniyeh, normalmente baseado no Catar, tem sido o representante da diplomacia internacional do Hamas, à medida que a guerra desencadeada pelo ataque liderado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro se desenrola em Gaza.

O braço armado do Hamas afirmou em um comunicado que a morte de Haniyeh “levaria a batalha a novas dimensões e teria grandes repercussões”, enquanto o Irã também prometeu retaliar.

“Vale a pena notar que a última vez que as tensões aumentaram perigosamente entre o Irã e Israel foi em abril, devido ao suposto ataque israelense a um prédio próximo à embaixada iraniana em Damasco. Teerã respondeu então lançando seu primeiro ataque em solo israelense com mísseis e drones”, pontua a GZERO, subsidiária da consultoria de risco político Eurasia Group, em um relatório distribuído nesta manhã e obtido pelo Dinheirama,

Petróleo sobe

Os preços do petróleo se recuperaram acentuadamente no início da sessão de negociação de hoje, com o contrato de vencimento inicial do Brent da ICE (UKOIL) sendo negociado acima de US$ 80 o barril, à medida que as tensões no Oriente Médio aumentaram.

“O mercado alocando um prêmio de risco maior para o petróleo”, disse Ewa Manthey, estrategista de commodities do ING em um relatório enviado a clientes nesta manhã obtido pelo Dinheirama.

Líder supremo do Irã, Ali Khamenei, em encontro com as Forças Armadas
Líder supremo do Irã, Ali Khamenei, em encontro com as Forças Armadas (Imagem: IRNA)

Escalada para o Irã

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse que Israel havia fornecido as bases para uma “punição severa para si mesmo” e que era dever de Teerã vingar a morte do líder do Hamas, já que ela ocorreu na capital iraniana. As forças iranianas já fizeram ataques diretamente contra Israel durante a guerra de Gaza.

Não houve comentário ou reivindicação de responsabilidade por parte de Israel. Os militares israelenses disseram que estavam avaliando a situação, mas não emitiram nenhuma nova diretriz de segurança para os civis.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deve se reunir para consultas com autoridades de segurança.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant disse que Israel não está buscando uma escalada da guerra, mas está se preparando para lidar com todos os cenários, disse, nesta quarta-feira, ao elogiar as forças que realizaram ataque a um comandante do Hezbollah em Beirute durante a noite.

Durante a visita, Gallant conversou com oficiais da defesa aérea sobre a morte do comandante do Hezbollah que Israel diz ter sido responsável por um ataque com foguetes no sábado, que matou 12 crianças e adolescentes nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel.

“O desempenho (ontem) à noite em Beirute foi focado, de alta qualidade e contido”, disse Gallant, de acordo com uma nota de seu gabinete.

“Não queremos guerra, mas estamos nos preparando para todas as possibilidades, e isso significa que vocês devem estar preparados conforme necessário, e nós faremos nosso trabalho em todos os níveis acima de vocês”, afirmou ele.

Posição dos EUA

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse que Washington trabalharia para tentar aliviar as tensões, mas afirmou que os Estados Unidos ajudariam a defender Israel em caso de ataque.

“Não acho que a guerra seja inevitável. Eu mantenho isso. Acho que sempre há espaço e oportunidades para a diplomacia”, disse ele aos repórteres durante uma visita às Filipinas.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta quarta-feira que os EUA não estão envolvidos ou cientes do assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh.

“Isso é algo de que não estávamos cientes ou envolvidos. É muito difícil especular”, disse Blinken em uma entrevista ao Channel News Asia durante uma visita a Cingapura, quando perguntado sobre o impacto que isso poderia ter, de acordo com uma transcrição.

O assassinato, que ocorreu menos de 24 horas depois que Israel alegou ter matado o comandante do Hezbollah que, segundo o país, estava por trás de um ataque mortal nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, parece ter diminuído as chances de qualquer acordo de cessar-fogo iminente na guerra de 10 meses em Gaza.

Hamas

“Esse assassinato do irmão Haniyeh pela ocupação israelense é uma grave escalada que tem como objetivo quebrar a vontade do Hamas”, disse à Reuters Sami Abu Zuhri, oficial sênior do Hamas.

Ele declarou que o Hamas, grupo islâmico palestino que governava Gaza antes do ataque israelense, continuará o caminho que estava seguindo.

“Estamos confiantes na vitória”, disse ele.

O Catar, que tem intermediado conversações com o objetivo de interromper os combates em Gaza, condenou a morte de Haniyeh como uma perigosa escalada do conflito. China, Rússia e Turquia também condenaram.

O principal órgão de segurança do Irã se reuniu para decidir a estratégia do país em reação à morte de Haniyeh, um aliado próximo de Teerã, disse uma fonte com conhecimento da situação.

(Com Reuters)

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