O varejo brasileiro registrou aumento das vendas em setembro, encerrando o terceiro trimestre com resultado melhor que o esperado e com novos sinais de resiliência em meio a um mercado de trabalho resistente.
Em setembro houve alta de 0,6% nas vendas varejistas na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
O resultado, após queda de 0,1% em agosto, foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de estabilidade.
Na comparação com setembro do ano passado, as vendas tiveram avanço de 3,3%, contra expectativa de alta de 2,5%.
Diante disso, o varejo opera 4,9% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, de acordo com o IBGE.
A dinâmica mais resistente do mercado de trabalho e condições melhores de consumo ajudaram o varejo brasileiro a manter resultados positivos ao longo do ano, ainda que próximos da estabilidade, impactado pelos efeitos defasados da política monetária restritiva.
O Banco Central fez na semana passada um terceiro corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 12,25% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões.
Entre as oito atividades pesquisadas, em setembro apenas três tiveram avanço nas vendas varejistas. O maior impacto foi registrado pela alta de 1,6% nas vendas de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
“Um dos fatores principais para o resultado dessa atividade é a escolha orçamentária das famílias, que está voltada para os itens de primeiras necessidades”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
“Com o aumento da população ocupada e da massa de rendimento, as pessoas estão usando o rendimento habitual para os gastos em hiper e supermercados e não está sobrando para concentrar em outras atividades”, completou.
Móveis e Eletrodomésticos tiveram alta de 2,1%, enquanto Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, e de perfumaria registram alta de 0,4% nas vendas.
Já as cinco atividades que tiveram variações negativas foram Combustíveis e lubrificantes (-1,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,1%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%); e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,1%).
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, apresentou alta de 0,2% nas vendas de setembro.