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Veja os RHs que usavam o ‘LinkedIn do mal’ para te pagar menos

Empresas realizavam reuniões por WhatsApp para compartilhar dados de salários e benefícios com o objetivo de limitar os pagamentos e lucrar mais

por Gustavo Kahil
3 min leitura
LinkedIn do Mal

Uma investigação do Cade revelou que dezenas de grandes empresas brasileiras e multinacionais utilizavam um tipo de “LinkedIn do Mal” para trocar informações sobre salários, benefícios, transporte, alimentação, planos de saúde e outros custos, visando limitar os pagamentos aos seus funcionários e aumentar os seus lucros.

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“Existem fortes indícios, até o momento, da prática de conduta anticompetitiva consistentes em troca de informações comerciais sensíveis sobre o mercado de trabalho”, mostra a nota técnica do processo 08700.001198/2024-49 (veja abaixo). A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou um processo após o levantamento dos dados.

A prática teria ocorrido, pelo menos, a partir de 2004, e teria durado até, pelo menos, início de 2021, explica o Cade.

LinkedIn do Mal

As empresas utilizavam um sistema online (ainda disponível) por intermédio do Grupo Executivo de Salários (GES) e do Grupo Executivo de Administradores de Benefícios (GEAB).

Ali, as áreas de recursos humanos das empresas conduziam atividades “altamente institucionalizadas, com encontros periódicos presenciais (e por meio de plataformas virtuais, após a pandemia de Covid-19); e trocas sistemáticas de informações concorrencialmente sensíveis, principalmente por meio de pesquisas enviadas por e-mails, via website e em grupo de WhatsApp”.

“A conduta tem o efeito de limitar e dificultar a livre concorrência entre empregadores na disputa para contratação e manutenção da força de trabalho disponibilizada no mercado de trabalho brasileiro, com potenciais impactos que recaem especialmente sobre a força de trabalho sujeita a um grupo de empresas, com alcance nacional”, completa o órgão.

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Nesta nota técnica, 31 empresas foram citadas:

3M; Bayer; Boticário; BRF; Bunge; Cargill; Coca-Cola; Colgate-Palmolive; Coty; Danone.; Diageo; Dexco; General Mills; HNK BR; Henkel; J. Macedo; Jacobs Douwe Egberts BR Comercialização de Cafés; JNTL Consumer Health; Kimberly-Clark; Hinode; Louis Dreyfus; Masterfoods; Mondelez; Natura; Nestlé; BDF Nivea; Pepsico; Reckitt Benckiser.; SEB do Brasil Produtos Domésticos; Unilever; Whirlpool.

Já na nota técnica nº6 (veja abaixo), o Cade aponta para outro “LinkedIn do Mal”, o Grupo de Empresas de Consumo (GECON). Nele, o modus operandi era o mesmo, mas com o foco a um grupo de empresas do mercado de bens de consumo, com alcance nacional. Além disso, a conduta anticompetitiva teria ocorrido, pelo menos, a partir de 1994, e teria durado
até, pelo menos, início de 2021.

Nesta nota técnica, 32 empresas foram citadas:

Alcoa, Avon, C&A, Cargill Agrícola, Claro, Coca Cola, CSN, Dow Brasil Sudeste, Danisco Brasil (sucessora de Dupont Nutrition Brasil Ingredientes), General Motors, Goodyear, IBM Brasil, Kimberly -Clark , Klabin, Arcos Dourados, Monsanto, Natura, Nestle Brasil, Pepsico, Philips, Pirelli, Sanofi, Sanofi Aventis Farmacêutica, Serasa, Siemens Energy, BAT Brasil/Souza Cruz, IPLF Holding, Syngenta Proteção de Cultivos, Vale, Volkswagen do Brasil, Votorantim Cimentos, Votorantim Industrial, White Martins Gases Industriais.

Algumas empresas, como a Natura e Coca-Cola aparecem nas duas listas.

Veja a nota técnica nº 5

Veja a nota técnica nº 6

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