O time de análise do Safra projetou um preço-alvo de R$ 35 para as ações da Brava Energia (BRAV3), o que implica em um potencial de valorização de aproximadamente 65%.
A empresa é resultante da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta.
Segundo o relatório enviado a clientes nesta terça-feira (17), o banco aponta que os papeis estão “muito atraentes” com os múltiplos de 2 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda para 2025 (EV/Ebitda).
“Com um portfólio diversificado e 500 milhões de boe de reservas comprovadas, esperamos que a sua produção exceda os 110 mil barris de óleo equivalente por dia nos próximos anos, o que deve impulsionar o seu fluxo de caixa livre”, apontam os analistas.
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O banco prevê um rendimento de fluxo de caixa livre de 35% para 2025, o que deverá impulsionar a desalavancagem mais rapidamente, com uma dívida líquida/Ebitda de 0,8 vez no mesmo ano, criando espaço para pagamentos de dividendos potencialmente robustos.
O Safra estima que os dividendos sejam de 11% para 2025 e 2026, respectivamente, com base em uma taxa de pagamento de 25%.
“Os principais desafios da Brava na fase de integração devem surgir do fato de que a empresa possui uma base de ativos dispersa, pois opera em seis bacias. No entanto, isso deve trazer oportunidades para agilizar sua carteira por meio de saídas de ativos não considerados essenciais, o que poderia acelerar a tendência de desalavancagem e reduzir a complexidade operacional”, opina o Safra.
O que a Brava tem?
O Safra ressalta que o novo portfólio da Brava compreende sete ativos operacionais. Em 2025 e 2026, Potiguar, Papa Terra e Atlanta deverão representar uma parcela relevante da produção consolidada (~80% nos dois anos). Para 2025 e 2026, é esperada uma produção total de 118 mil, impulsionada por valores mais altos dos campos de Papa Terra e Atlanta.
Na Papa Terra, esse aumento reflete um ano inteiro de produção como resultado dos poços perfurados em 2024 e melhorias no FPSO realizadas ao longo de 2024.
A ascensão de Atlanta é devida à transição do FPSO da Petrojarl para o FPSO de Atlanta, que se espera estar concluído no primeiro trimestre de 2025.
As estimativas do Safra incluem os volumes do Parque das Conchas. O banco prevê que a transação será concluída ainda em 2024 e que o ativo contribuirá com 6,5 mil boed em 2025.
Sinergias com upside de 125%
“A captura das sinergias da fusão desde o início será uma das principais prioridades da nova gestão. Estas sinergias têm um valor presente líquido estimado de US$ 1,2 bilhão e estão relacionadas principalmente com a alocação de capital (que será realizada ainda em 2024) através da gestão do passivo e da utilização dos ativos fiscais”, explica o Safra.
Com isso, as sinergias de captação e operação da Brava, decorrentes da redução de custos e otimização das operações, podem ser capturadas dentro de 6 a 12 meses, enquanto as sinergias comerciais podem levar até 24 meses para se materializar devido aos prazos dos contratos.
Essas sinergias poderiam somar até R$ 13,70 por ação ao preço-alvo. “No entanto, não as consideramos em nosso modelo”, ressalta o Safra. Ou seja, neste cenário o preço-alvo saltaria R$ 48,70, um potencial de 125%
Na avaliação do Safra, os números de consenso ainda não refletem totalmente as finanças das empresas combinadas e os números devem aumentar à medida que mais participantes atualizam suas estimativas.