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Veja porque o dólar recuou

Às 9:54 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,14%

por Reuters
3 min leitura
Dólar para baixo e ouro

O dólar (USDBLR) à vista recuava ligeiramente frente ao real nesta segunda-feira, em sessão de liquidez reduzida devido a feriado nos principais centros financeiros do país, enquanto o clima no exterior era desfavorável à divisa norte-americana em meio a apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve.

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Às 9:54 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,14%, a 4,8987 reais na venda. Na B3, às 9:54 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,23%, a 4,9030 reais.

Participantes do mercado alertavam para uma sessão possivelmente volátil diante da liquidez reduzida, devido ao feriado do Dia da Consciência Negra em seis estados brasileiros, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.

Enquanto isso, operadores monitoravam a fraqueza da divisa norte-americana no exterior, onde o índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes caía 0,33%, mantendo tendência de baixa recente que acompanhou arrefecimento dos rendimentos dos Treasuries, os títulos do governo dos EUA.

“A queda resultante das taxas dos Estados Unidos e a fuga dos portos seguros para os ativos de risco abalaram o dólar”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury. “Os mercados já eliminaram qualquer chance de aumentos adicionais por parte do Fed, e agora esperam que o primeiro corte nas taxas de juros ocorra em maio de 2024.”

Os mercados descartaram o risco de novos aumentos de juros por parte do Fed após uma série de indicadores econômicos norte-americanos mais fracos do que o esperado na semana passada, especialmente após uma leitura de inflação que ficou abaixo das estimativas.

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Num geral, quanto mais altos os custos dos empréstimos nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, uma vez que investidores passam a mostrar maior interesse pelo mercado de renda fixa norte-americano, o mais seguro do mundo. Por outro lado, juros mais baixos por lá favorecem divisas de países com retornos mais elevados, como o Brasil.

Enquanto isso, na cena doméstica, “o debate sobre a meta fiscal de 2024 deve continuar gerando ruído sobre o mercado de câmbio, embora acreditemos que estes já tenham sido parcialmente digeridos”, disse Moutinho, referindo-se a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao objetivo estabelecido por sua equipe econômica de zerar o déficit primário no ano que vem.

Parte do governo e parlamentares chegaram a defender um afrouxamento do alvo com menções a possíveis metas de déficit de 0,25% ou 0,50% do PIB para o ano. Nos últimos dias, porém, membros do governo afirmaram que a meta de déficit zero em 2024 não será alterada, enfatizando a defesa pela aprovação de medidas que ampliem a arrecadação.

“Vemos espaço para o real continuar com a performance, com um ambiente mais construtivo para os eventos de risco (no exterior) nos próximos dias”, completou Moutinho.

O dólar à vista fechou a última sessão cotado a 4,9056 reais na venda, em alta de 0,72%.

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