A venda de ativos da Brava Energia (BRAV3) na Bahia irá ajudar em sua avaliação de crédito, embora seja neutra para a classificação da empresa, aponta a Fitch Ratings em um relatório enviado a clientes.
Os diretores Lucas Rios e Erick Pastrana calculam que, se a petroleira vender todos os seus ativos na Bahia e usar 100% dos recursos para o pagamento de dívida, a produção pro forma teria uma redução de 11%, para 82 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed) em 2025, o que reduziria o Ebitda em torno de 7%, para R$ 5,9 bilhões.
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A alavancagem líquida em 2025 poderia cair para 1,1 vez em relação à projeção atual de 1,3 vez no cenário-base da Fitch.
“Os índices de alavancagem da Brava estão sob pressão devido à produção offshore abaixo do esperado e ao impacto negativo das taxas de câmbio sobre o saldo de sua dívida. A Fitch estima que a alavancagem líquida no final de 2024 deve ficar próxima de 3 vezes, excedendo a sensibilidade negativa de 2,5 vezes”, opinam Rios e Pestrana.
Segundo eles, a alavancagem deve diminuir em 2025 com o fluxo de caixa proveniente das aquisições recentes, a retomada completa da produção no campo de petróleo de Papa Terra e o aumento da produção da nova embarcação de produção, armazenamento e descarregamento (FPSO) no campo de petróleo de Atlanta.
Em setembro de 2024, o perfil de liquidez da Brava era robusto, com um saldo de caixa de R$ 9,5 bilhões e dívida de curto prazo de R$ 1,3 bilhão.
O relatório ressalta que a agência de classificação de risco espera que Atlanta e Papa Terra, os maiores ativos offshore da Brava, impulsionem o crescimento e os ganhos de eficiência.
“A empresa planeja aproveitar sinergias entre esses ativos e já garantiu licenças ambientais para perfurar dois novos poços em Atlanta entre 2025 e 2026. Isso mitiga o risco regulatório para a obtenção da licença para perfurar outros dois poços em Papa Terra. Uma ação de rating positiva dependeria do aumento da produção para mais de 125 kboe/d, mantendo a vida útil das reservas 1P acima de sete anos e estabilizando os custos de meio ciclo abaixo de USD 20/boe”, conclui o documento.