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Venda de remédios em supermercados vai “derrubar” ações

Aproximadamente 15% das receitas da Raia Drogasil, Pague Menos e Panvel estão expostas, o que torna a medida uma ameaça relevante às suas margens e faturamento

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Vendas de remédios na Farmácia

A possível autorização para a venda de medicamentos sem prescrição (MIPs) em supermercados, proposta ainda em discussão no Congresso, poderia gerar impactos significativos nas operações de redes como Raia Drogasil (RADL3), Pague Menos (PGMN3) e Panvel (PNVL3).

Segundo análise do Itaú BBA divulgada nesta quinta-feira (23), aproximadamente 15% das receitas dessas empresas estão expostas aos MIPs, o que torna a medida uma ameaça relevante às suas margens e faturamento.

Embora a ideia seja apresentada como uma solução para reduzir a inflação de alimentos, o analista Rodrigo Gastim questiona sua eficácia. “É difícil assumir que as cadeias de supermercados irão transferir esse novo pool de lucros para reduzir os preços dos alimentos”, afirmou, destacando também que os desafios operacionais podem limitar o impacto positivo para os supermercados.

O Itaú BBA ressalta que a venda de MIPs nos supermercados pode aumentar o mercado total desses produtos, mas alerta para os riscos associados à ampliação da automedicação no Brasil, uma preocupação histórica que já dificultou a aprovação da medida em propostas anteriores.

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Veja o que o Itaú BBA diz sobre o assunto

Impacto negativo para farmácias: Caso aprovada, a medida representaria uma perda de exclusividade na venda de MIPs para as farmácias, que hoje dependem desses produtos para cerca de 15% de suas receitas.

Supermercados como beneficiários: Apesar de desafios operacionais, os supermercados poderiam lucrar com as altas margens dos MIPs, que variam de 30% a 35%, bem acima das margens de alimentos (16% a 20%).

Questões regulatórias: A implementação enfrentaria regulações sanitárias rigorosas, como exigências de armazenamento e contratação de farmacêuticos, o que poderia limitar a rentabilidade.

Histórico de tentativas frustradas: A proposta, recorrente desde 2013, sempre encontrou barreiras, principalmente devido à preocupação com a automedicação, responsável por muitos casos de intoxicação no Brasil.

Influência inflacionária questionada: O Itaú BBA duvida que a medida possa realmente reduzir a inflação de alimentos, argumentando que os supermercados não têm incentivo para repassar lucros adicionais aos consumidores.

Potencial aumento do mercado: O Itaú BBA acredita que a medida poderia ampliar o mercado de MIPs devido a compras por impulso, ao invés de apenas redistribuir as vendas das farmácias para os supermercados.

Resistência do Ministério da Saúde: O órgão já se manifestou contrário à proposta, reforçando preocupações com os impactos sobre a saúde pública.

Experiência passada de supermercados: Grandes varejistas já operaram farmácias in-store no passado, mas enfrentaram dificuldades em execução e rentabilidade, o que pode limitar seu interesse na proposta atual.

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