A comercialização da soja de Mato Grosso da safra 2023/24 atingiu 40,61% da produção estimada, ligeiro avanço de 2,46 pontos percentuais na comparação com o levantamento do mês anterior, em meio a preços mais baixos e à quebra de safra, de acordo com números do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados na segunda-feira.
“As vendas em Mato Grosso avançaram devido a necessidade de alguns produtores em fazer caixa, no entanto, a queda no preço da soja em janeiro e a incerteza quanto a produção foram os limitadores para grandes negociações”, afirmou o instituto ligado aos produtores em relatório.
A comercialização da safra que está sendo colhida segue atrasada na comparação com a média histórica para o período, de quase 60%, nesta época.
Isso apesar de a colheita em Mato Grosso estar em ritmo forte, adiantada historicamente, já tendo superado metade da área cultivada, segundo o Imea.
O valor médio de venda da soja no Estado fechou em 100,65 reais/saca, recuo de 1,18% em ante o mês anterior.
O Imea afirmou ainda que a comercialização da safra futura (2024/25) alcançou 1,31% da produção prevista, avanço de 0,67 ponto percentual no comparativo mensal, mas também está atrasada ante a média histórica para o período (9,44%).
“Por fim, vale ressaltar que o ritmo das vendas está menor que o observado em 2023 e em relação à média dos últimos cinco anos, devido à queda acentuada no preço da oleaginosa, o que desmotivou o produtor a realizar grandes vendas”, apontou o relatório.
As vendas de milho da safra 2023/24, que está sendo plantada, também estão em ritmo “mais lento”. Produtores de Mato Grosso venderam 19,21% do total estimado para o ciclo, avanço de 1,44 ponto em relação ao mês passado, mas um forte atraso ante a média histórica (50,5%).
“Esse ritmo mais lento, se comparado com o mesmo período das negociações da safra 22/23, se dá devido às incertezas do produtor quanto à produção para a safra”, disse o Imea.
Por outro lado, o preço médio de janeiro apresentou valorização de 4,42% ante dezembro, dado “a expectativa de menor oferta do cereal no Estado, e fechou cotado na média de 37,10 reais/saca”.
No início do mês, as safras de soja e de milho de Mato Grosso, maior produtor brasileiro de grãos, sofreram novo corte nas estimativas, em meio aos efeitos do clima e dos preços desfavoráveis ao agricultor.