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A verdade sobre viajar com milhas do cartão de crédito

por Renato De Vuono
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A verdade sobre viajar com milhas do cartão de crédito

Olá estimado leitor, como vai? Você certamente já ouviu falar das tais milhas aéreas, certo? E, se tem cartão de crédito, já deve ter notado que este é um dos principais argumentos de venda das operadoras de cartão.

Pois é, embora não seja nada novo, a grande maioria das pessoas não entende muito bem como funciona esse mundo incrível das passagens supostamente grátis. Perguntado sobre isso onde quer que eu vá, resolvi escrever este artigo para mandar todos os mitos pelos ares, e para que você saiba exatamente onde está se metendo.

É chato ser sempre o portador das más notícias, mas vamos devagar porque as coisas não são fáceis como a propaganda faz parecer. O que quase ninguém fala é quanto você tem que gastar em seu cartão para conseguir os pontos necessários para emitir a sonhada passagem.

Comparativo de cartões de crédito e milhas aéreas

Assim, resolvi selecionar os top 10 do mercado e fazer uma planilha comparativa para que saiba exatamente o quanto “custará”, em fim, ter as milhas necessárias para viajar. Sem mais delongas, eis a planilha. Em tempo: você pode baixá-la de graça (clique aqui) e simular com o cartão que preferir e descobrir o quão perto ou longe está da viagem dos seus sonhos.

A verdade sobre viajar com milhas do cartão de crédito

Na planilha, coloquei os cartões que mais rendem milhas por dólar gasto do mercado, para dar a exata noção do tamanho do buraco entre o sonho e a realidade, considerando passagens em classe econômica entre Brasil e EUA.

Além disso, para cada um deles considerei a emissão na companhia aérea com melhor relação custo-em-milhas para o país escolhido. É importante dizer que alguns desses cartões, nos dias de hoje, são virtualmente impossíveis de se ter, já que é necessário ser cliente do segmento de alta renda do banco ou ser convidado pela operadora.

Voltando para a planilha, o ranking é baseado na melhor relação Pontos x Real, ou seja, o cartão cujo é possível conseguir a passagem gastando menos em reais. Para simular outros cartões, basta preencher:

  • A quantidade de milhas necessárias para a passagem que deseja na coluna “PREÇO MILHAS”;
  • O número de pontos por dólar que seu cartão dá na coluna “PONTOS x US$”;
  • O custo da anuidade e outras taxas referente ao plano de fidelidade do seu cartão na coluna “TAXAS”;
  • Na parte de baixo da tabela, colocar o preço do dólar na célula “CÂMBIO”;
  • A planilha vai mostrar o gasto total necessário em reais para conseguir a passagem desejada, além de quantos pontos por Real o cartão bonifica;
  • Clique aqui para download gratuito da planilha.

A história hoje é outra…

Fiz esse mesmo comparativo há mais de 5 anos e… quanta diferença! Primeiro, o dólar estava na casa de R$ 1,70 (o que aumentava muito o poder de compra dos pontos), depois os programas eram mais generosos, no intuito de atrair clientes.

Eu, por exemplo, pagava todos os meus boletos no cartão e atingia a pontuação muito rapidamente. Hoje, os cartões estabeleceram limites de pagamento, taxas maiores, pontuações menores e ainda há cobrança de IOF de 6,38% (antes era 0,38%). Em resumo: esta prática não vale mais a pena.

As companhias aéreas também aumentaram o número de pontos para emissão de bilhetes (na TAM era possível emitir uma passagem por 40mil pontos, hoje com alguma sorte vai custar 50mil) e está cada vez mais difícil conseguir a tão sonhada passagem grátis. Difícil, mas não impossível.

É importante lembrar que as milhas têm prazo de validade (na maioria dos casos) e, ainda, as regras mudam toda hora. Então, use suas milhas tão logo atinja a quantidade de pontos necessários – as milhas não são patrimônio e nem poupança. Por outro lado, elas podem ser consideradas dinheiro, e perdê-las significa perder dinheiro (sob muitos aspectos).

E a venda de milhas?

Outra coisa que sempre me perguntam é sobre a venda de milhas. Sou contra, por alguns motivos:

  • Embora não seja ilegal, fere o regulamento dos programas de fidelidade e você pode perder tudo o que acumulou;
  • Para fazer a venda você terá que fornecer dados pessoais para pessoas que nunca viu, entre eles sua senha do programa;
  • O valor pago pelas milhas é muito baixo. Hoje, R$ 200 para cada lote de 10mil. Do outro lado, a maioria das companhias aéreas vende o lote de 1000 milhas por R$ 70,00, ou seja, R$ 700,00 para 10mil. Então por que motivo você venderia por menos de um terço do valor? Há maneiras melhores de usar seus pontos.

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Planeje muito bem a viagem que depende de milhas

E lembre-se que emitir com milhas exige paciência e planejamento; quanto antes, melhor! Na maioria das companhias é possível emitir com 11 meses de antecedência. Embora, atualmente, nem sempre antecedência seja garantia de bons preços, no entanto, é garantia de conseguir os lugares.

Emitir com milhas em cima da hora beirava o impossível, mas frente à crise, existem muitas promoções nos meses mais próximos à data pretendida. Então, seja como for, planejamento é fundamental. Ah, outra dica pertinente: jamais compre hotéis e qualquer outra coisa antes de ter conseguido emitir suas passagens.

Ter os pontos nos seus cartões não significa que você tem uma passagem; terá primeiro que transferir os pontos para seu programa de fidelidade (o que pode levar até 7 dias úteis) e ainda rezar para que, depois disso, ainda existam lugares disponíveis.

Falando em transferência de pontos, lembre-se que primeiro você tem que se cadastrar no programa de fidelidade para o qual pretende transferir os pontos (e certificar-se que ele seja parceiro de seu cartão), depois ficar atento para o número mínimo de pontos que seu cartão permite transferir, além dos múltiplos por lote (a maioria usa múltiplos de 1000) e também o prazo para a transferência.

Normalmente, pontos transferidos ganham extensão de validade, então se seus pontos no cartão estão para expirar, ao transferi-los para o Smiles, por exemplo, eles valerão por outros 36 meses. Se for para a Delta ou American Airlines, eles virtualmente não irão expirar mais – digo virtualmente porque essas empresas exigem que haja uma movimentação mínima a cada 18 meses para que os pontos não expirem (mesmo que você acumule 1 ponto nesse período).

É, caro leitor, esse é um assunto muito denso e controverso, por isso se tiver qualquer dúvida ou experiência para dividir comigo, ficarei mais do que feliz em recebê-la. Use o espaço de comentários abaixo e vamos conversar e enriquecer este debate.

Relembrando, clique aqui para download da planilha gratuita. Obrigado e até a próxima. Um abraço e boa viagem “grátis”!

Foto “Credit card travel”, Shutterstock.

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