A cidade de Nova York está a mais de 7.700km do Rio de Janeiro, mas a cada dia que passa parece estar mais distante de boa parte dos brasileiros. Isso porque, com o aumento do dólar, o sonho de conhecer a estátua da liberdade está ficando cada vez mais caro.
Há dois anos atrás, o valor do dólar turismo no começo de agosto estava em R$ 1,66 e um pacote de 7 noites na capital do mundo poderia custar em torno de R$ 4.150,00 por pessoa. Quem quiser viajar agora para lá, vai desembolsar no mesmo pacote no mínimo R$ 6.250,00, ou seja, vai pagar 51% a mais, fora outra despesas.
A economia dos EUA está dando sinais de recuperação. Isso atrai para ela mais investimentos em dólar, fazendo com que a moeda americana diminua em quantidade em outras economias, pois os dólares migram de volta para lá. Em cada uma delas (e por aqui também), quanto menos dólar, maior o preço.
Para conter essa alta, o Banco Central brasileiro tem despejado suas reservas no mercado, mas isso é só um atenuante. A tendência é que ele permaneça acima de R$ 2,00 em 2013 e com viés de alta. Em outras palavras, daqui para frente as viagens para os Estados Unidos ficarão mais caras.
Os gastos dos brasileiros em solo americano estavam crescendo bastante nos últimos anos. Em 2004, o gasto foi de 1,7 bilhões de dólares. Deu um salto de 280% para 6,5 bilhões de dólares em 2011. Em 2012, foram 8 bilhões de dólares. Além de visitar pontos turísticos, como o Central Park e a Times Square, nós vamos para lá para comprar.
Segundo o Departamento de Comércio Americano, cada brasileiro gasta em média US$ 6.000,00 nos EUA. Trazer camisas da Tommy Hilfiger, cremes e peças íntimas da Victoria Secret’s, relógios da Fóssil, jeans e ternos da Calvin Klein, blusas da Zara e perfumes da Polo vai deixando, aos poucos, de ser uma pechincha.
Além de comprar, é importante lembrar que existem outros motivos que levam os brasileiros a gastar seu dinheiro no exterior. Juntamente com a possibilidade de conhecer novos lugares, está a necessidade de conhecer cidades diferentes das nossas, onde as coisas funcionam e são organizadas.
Muitos que vão para lá pela primeira vez registram essa impressão. Este “mergulho de civilização” talvez continue nos motivando a gastar fora do país, mesmo que isso não seja tão mais barato como antes.
Então, antes de viajar, faça bem as contas e considere que os preços dos importados no Brasil também devem subir. Pegue papel, caneta e uma calculadora. Faça a sua lista de compras antes de viajar e pesquise os preços daqui e de lá. Apure a diferença em reais entre os dois e veja se compensa. Caso positivo, é pegar o avião, conhecer a América e passar uns dias nos outlets.
Foto USA and Brazil, Shutterstock.