A Vibra (VBBR3) está preparada para aumentar a importação de diesel da Rússia, caso encontre uma oportunidade vantajosa em termos de custo. Esta estratégia é destacada no relatório recente do Banco Safra, que analisa as atividades da Vibra no segundo trimestre de 2024.
Segundo Rogério Fuchs, diretor de relações com investidores da Vibra, “a empresa está pronta para importar mais diesel russo, caso haja uma oportunidade vantajosa”.
O ambiente competitivo no período deve melhorar devido aos menores estoques de diesel no mercado e à ausência de importações com incentivos fiscais.
Conforme o Banco Safra, “a Vibra poderia apresentar margens unitárias em linha com o trimestre anterior, apesar de uma melhora sazonal nos volumes”.
ICMS
A análise do Banco Safra também aborda as mudanças no ICMS que afetam a Vibra Energia. Uma medida provisória recente impede o uso de créditos tributários de PIS/Cofins para compensar outros tributos federais, impactando significativamente a empresa.
O Safra estima que essa mudança reduzirá o valor presente dos créditos tributários em cerca de R$ 245 milhões, ou aproximadamente 1% do valor de mercado da Vibra.
Os créditos tributários de PIS/Cofins sob a Lei Complementar No. 192, que atualmente somam cerca de R $1,7 bilhão, devem ser monetizados a um ritmo de R$ 300 milhões por ano, bem abaixo dos R$ 1,1 bilhão por ano anteriormente esperado. Essa mudança deve estender o prazo para a monetização total desses créditos para 5 a 6 anos, ao invés dos 4 a 5 anos previstos anteriormente.
Cenário competitivo
O relatório do Banco Safra também destaca o impacto das vendas diretas de grandes distribuidoras de combustíveis no balanço da Vibra. O ambiente competitivo, com menores estoques de diesel e a ausência de importações incentivadas, é visto como um fator positivo para a empresa.
“A ausência de importações com incentivos fiscais deve favorecer a competitividade da Vibra no mercado de diesel”, explica o relatório.
A Vibra Energia também destacou o impacto da Comerc, uma de suas principais linhas de negócios, no desempenho do segundo trimestre. Apesar dos desafios no ambiente competitivo, a empresa espera que a melhoria sazonal nos volumes ajude a manter as margens unitárias estáveis em relação ao trimestre anterior.
Créditos tributários
Quanto aos créditos tributários que poderiam surgir de uma decisão judicial sobre a Lei Complementar nº 194, estimados em R$ 3,3 bilhões (ou R$ 2,2 bilhões líquidos de impostos), o Banco Safra acredita que esses valores não serão impactados pela nova medida provisória. A expectativa é que esses créditos sejam monetizados em um período de cinco anos.