O primeiro debate do segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo, com a presença do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do seu adversário Guilherme Boulos (PSOL), realizado pela TV Bandeirantes, teve troca de propostas, mas também de acusações. Nunes foi o líder do primeiro turno, acompanhado de perto pelo candidato apoiado pelo presidente Lula.
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O deputado federal reafirmou no debate da Band que vai liberar carros utilizados por motoristas de Uber (UBER; U1BE34) do rodízio de trânsito. “A pessoa tem que trabalhar todos os dias, um determinado percurso, o próprio aplicativo fornece essa devolutiva”, detalhou o candidato, que também mencionou a liberação de publicidade nos táxis e criação de bases de apoio para motoboys.
Enquanto isso, o prefeito e candidato à reeleição ressaltou eventos que fez para aquecer a economia, aumentando o uso de transporte por aplicativo por pessoas. O prefeito também desdenhou da pontuação de Boulos nas pesquisas e disse que o psolista estaria “desesperado”. Boulos então disse que o emedebista consegue, ao mesmo tempo, ser “fraco” e “arrogante”.
Impostos
Nunes afirmou que mandou projetos para a Câmara dos Vereadores para reduzir impostos e que o PSOL, partido do candidato Boulos, teria votado contra. Em resposta, o psolista disse que não aumentará impostos.
Mais cedo no início do bloco, Boulos disse que equipe de Nunes fez um “escarcéu danado” sobre distância entre candidatos durante o intervalo. Os dois candidatos se abraçaram e trocaram gentilezas em uma cena inusitada. Em seguida, membros da campanha do prefeito foram até a produção do debate fazer reclamações.
O deputado federal continuou questionando o emedebista reiteradas vezes se ele abriria suas contas bancárias para a população. Ao se defender, Nunes disse que é “cristão e temente a Deus” ao se defender de acusações. Em resposta, Boulos disse que “quem deve, teme”.
Nunes e o PCC
Boulos voltou no debate da Band a questionar Nunes sobre o ex-cunhado de Marcola, do PCC, estar trabalhando na gestão municipal.
Ele disse que Nunes teria de responder sobre o ex-cunhado de Marcola e também se o prefeito aceitaria abrir o sigilo bancário “Além da resposta do porquê você indicou o cunhado do Marcola para a secretaria de obras, eu quero saber se você aceita, ou não, abrir o seu sigilo bancário.”
Nunes, então, respondeu, dizendo que suas contas estão abertas, não possui investigação e que Boulos já “fugiu” da Justiça. “Meu sigilo bancário já é aberto e está aberto. Não tenho nenhuma investigação. Nunca fui condenado. Nunca fugi da Justiça igual você. Você ficou seis anos fugindo do oficial de Justiça naquela ação de depredação do Pinheirinho, jogou pedra na viatura, foi preso. O oficial de Justiça não achava ele e prescreveu.”
Enquanto o prefeito falava, Boulos se aproximou de Nunes, que disse: “Você não vai me intimidar”. Ele, então, abraçou o adversário.
Vacinas e pandemia
Por fim, Nunes ressaltou que é contra passaporte de vacina após ser questionado por Boulos se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “fez tudo certo na pandemia”. “Imagina você ter que ter um documento para ir a uma missa, ir a um culto, ir a um restaurante. Acho que isso não tem sentido”, afirmou o emedebista.
Nunes evitou defender Bolsonaro diretamente e disse que “muita gente acertou” e “muita gente errou” na pandemia da covid-19.