Apesar de parte do mercado já projetar um processo de alta para a Selic ainda em 2024, hoje em 10,5% ao ano, o Bank of America reiterou a sua estimativa de manutenção do juro.
“Continuamos esperando que a Selic fique estável até o final do ano, seguida pela retomada do ciclo de flexibilização em 2025, levando a taxa básica de juros para 9%, principalmente se a economia global desacelerar”, explica o banco em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (20).
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Segundo os analistas, os fundamentos permanecem relativamente fortes, com empresas nacionais dentro do Ibovespa (IBOV) previstas para registrar crescimento de lucro por ação anual de cerca de 30% em 2024.
Ações
“A atividade nos próximos meses deve ser impulsionada por uma demanda mais forte, graças a taxas mais baixas, menores taxas de inadimplência e crédito. No Brasil, gostamos de bancos, nomes alavancados para taxas e consumo doméstico”, pontuam os analistas.
Com isso, o BofA reiterou a compra das suas 16 ações do seu portfólio para o Brasil. Acompanhe abaixo:
Mercado está errado
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, pediu calma e cautela aos investidores em meio à expectativa de uma possível alta dos juros. “É importante ter calma, ter cautela nos momentos de muita volatilidade”, destacou, em entrevista à jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo.
“A gente tem uma tese não comprovada, mas com indícios, de que o mercado de trabalho forte está começando a afetar serviços, mas ainda não está evidente”, pontuou.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de elevar os juros, Campos Neto destacou que se fosse necessário, o BC elevaria, mas que não lembrava de ter mencionado a possibilidade de aumentar a Selic.
“O mercado já vinha colocando um pouco de expectativa de alta na curva. Mas não depende só do mercado, precisa olhar o cenário daqui para frente. A economia está forte, parte do mercado de trabalho está forte, a inflação em 12 meses bateu 4,5%, mas vai cair um pouco, e os próximos números vão ser melhores.”
Segundo afirmou à reportagem, o que os dirigentes do Comitê de Política Monetária (Copom) sempre sinalizaram é que se fosse necessário promover alta do juro básico, isso seria feito. “A gente sempre disse que se fosse necessário subir os juros, subiria, mas não lembro de ter falado de alta de juros”, afirma.
Ressaltou que há agora a percepção de que haverá desaceleração organizada, dados sinais de melhora da situação internacional.
“Os economistas não estão prevendo alta de juros para este ano, mas o mercado sim.”