O Santander anunciou uma mudança em sua carteira recomendada de ações small caps para o mês de setembro, com a exclusão das ações da Azzas 2154 (AZZA3) e a inclusão das ações da Vivara (VIVA3).
A saída das ações da Azzas 2154 da carteira se deve a um cenário de curto prazo considerado mais incerto, especialmente em relação à materialização das sinergias entre o Grupo Soma e a Arezzo, explicam os estrategistas Ricardo Peretti e Alice Corrêa.
Apesar do Dia do Investidor da Azzas ter revelado um potencial promissor, com a administração projetando R$ 1,1 bilhão em vendas incrementais até 2027, os investidores parecem cautelosos. A reação moderada das ações ao novo guidance sugere que o mercado aguarda resultados mais concretos nos próximos trimestres antes de incorporar plenamente essas projeções.
Os analistas mantêm uma recomendação de “compra” para Azzas, com um preço-alvo de R$ 76,00, mas optaram por retirá-la da carteira devido à falta de catalisadores de curto prazo.
Vivara e o “ouro” de Manaus
Por outro lado, a inclusão da Vivara na carteira recomendada reflete o momento positivo da empresa e seu sólido potencial de longo prazo. A empresa, maior varejista de joias do Brasil, apresentou resultados robustos no segundo trimestre de 2024, com lucro líquido 12% acima do esperado e forte crescimento nas Vendas Mesmas Lojas (SSS) tanto para a marca Vivara quanto para a Life, sua linha de joias de prata.
Os estrategistas do Santander destacam a estrutura verticalizada da Vivara e seu acesso a benefícios fiscais na Zona Franca de Manaus – por conta das instalações fabris na área – como fatores que proporcionam uma agilidade diferenciada no mercado. Esses benefícios fiscais foram responsáveis por aproximadamente 40% dos ganhos da empresa em 2022, o que contribui para uma perspectiva otimista de longo prazo – e pela proposta de reforma tributária no Brasil, o benefício seria concedido pelo menos até 2076.
A fábrica conta com aproximadamente mil funcionários e tem uma produção anual de mais de 2,9 milhões de unidades.
Além disso, a Vivara planeja expandir sua rede de lojas, com a abertura de 70 a 80 novas unidades em 2024. Esse movimento, aliado ao amadurecimento das lojas recém-inauguradas, deve sustentar o crescimento das vendas e a expansão da margem Ebitda, projetada em cerca de 75 pontos-base.
A entrada também leva em conta o potencial de expansão da fábrica da empresa, que deve impulsionar as vendas da linha Life a partir do quarto trimestre de 2024. A expectativa é de que a margem possa se expandir entre 100 e 140 pontos-base ao longo do próximo ano, acima do que a empresa inicialmente projetava.
Entre os principais direcionadores para a Vivara, destacam-se o ramp-up das novas lojas, o retorno sobre o capital investido (ROIC) marginal acima do custo de capital da empresa, e a possível entrada em novos segmentos ou regiões, o que poderia aumentar significativamente o mercado endereçável da empresa. Por outro lado, os riscos incluem a execução do plano de expansão, a possível perda dos benefícios fiscais e desafios relacionados ao desenvolvimento de produtos de moda, que poderiam afetar as vendas.