As ações da Viveo (VVEO3) caem aproximadamente 20% após o resultado do segundo trimestre ser visto como fraco “poluído” por itens não recorrentes.
A empresa trabalha com um ecossistema de soluções para toda a cadeia da saúde.
Segundo o BTG Pactual, o balanço apresentou tendências de receita ligeiramente melhores, mas margens fracas e uma alavancagem preocupante no balanço patrimonial na passagem trimestral.
A receita líquida totalizou R$ 2,75 bilhões, alta de 8,7% e 3% acima do estimado pelo banco. Excluindo R$ 62 milhões em itens não recorrentes, o Ebitda ajustado caiu 32% para R$ 171 milhões, 7% além do esperado.
Já a margem Ebitda ajustada permaneceu fraca em 6,2%, com queda de 370 pontos-base. As despesas financeiras líquidas aumentaram 20%, prejudicadas por R$ 24 milhões em variação monetária da aquisição da Cremer e R$ 9 milhões em taxas extraordinárias de pré-pagamento de dívida.
Ajustando pela amortização de ágio e por todos os ‘itens não recorrentes’ mencionados, o prejuízo líquido ajustado teria sido de -R$ 5 milhões, pior do que a projeção de R$ 8 milhões. O prejuízo líquido contábil foi de R$ 88 milhões, em comparação ao lucro líquido de R$ 55 milhões do ano anterior.
Alavancagem
O fluxo de caixa livre após investimentos foi de R$ 314 milhões, alta de 34%, impulsionado por aproximadamente R$ 100 milhões em recebíveis antecipados. O ciclo de caixa da Viveo permaneceu praticamente estável na passagem trimestral, em 69 dias.
O número de dias de estoque aumentou para 73 contra 67 no último trimestre, compensando as melhorias em recebíveis e fornecedores.
“Considerando os pagamentos de juros e earn-outs de M&A, a dívida líquida diminuiu R$ 92 milhões na passagem trimestral, com a alavancagem subindo para 3,16 vezes a dívida líquida/EBITDA nos últimos 12 meses contra 2,97 vezes no último trimestre e covenant de dívida em 3,5x dívida líquida/EBITDA”, explica o BTG.
Segundo os analistas, embora a expectativa seja de resultados mais fracos durante o restante do ano, a desalavancagem será melhor apenas em 2025.
Ações da Viveo
“O desempenho das ações da Viveo deve ser fortemente influenciado pelo seu processo de desalavancagem, que ainda não se materializou. Diante da falta de visibilidade para a geração de fluxo de caixa livre, mantemos nossa recomendação neutra”, destacam.
Após incorporar os resultados trimestrais mais fracos do que o esperado, o BTG cortou o preço-alvo para o final de 2025 de R$ 5,50 para R$ 3.