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Você sabe falar não? Quantos “nãos” você disse neste mês?

por Janaína Gimael
3 min leitura
Você sabe falar não? Quantos “nãos” você disse neste mês?

Provavelmente você começou o mês dizendo muito “sim” por aí, mas este texto é sobre conseguir falar “não”, algo que nascemos sabendo (pense nas crianças), mas que, ao longo do caminho, muitas vezes vai sendo esquecido.

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Pode ser para amigos, para familiares, para conhecidos, para chefes, para vendedores de lojas. Existe um problema gravíssimo que ocorre quando dizemos “sim” para tudo, que pode estar relacionado à perda de tempo, de energia, de dinheiro ou até mesmo de planos futuros. Vamos falar um pouco mais sobre isso?

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Entendo que muitos dos “sim” que a gente diz têm a ver com a forma como fomos educados durante a infância e mais uma série de coisas que um psicólogo facilmente explicaria.

Quem é que nunca ouviu que tinha que ser bonzinho para ganhar determinada coisa? Nem que fosse o afeto dos pais? Também pode ser algo relacionado à vaidade ou o medo de perder oportunidades ou entrar em conflito. O problema é que, ao longo do tempo, isso vai se agravando.

Eu, confesso, já disse “sim” para muitas coisas durante a vida. Coisas para as quais eu teria falado “não” porque não estava a fim e nem achava que valeria a pena perder tempo com elas.

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Então fui aprendendo (ainda estou), ao longo de muitas lições, que não deveria mais fazer isso se não quisesse, mas que tal coisa, obviamente, também acarretaria uma mudança de olhar por parte de quem já estava acostumado com os meus “sins”.

Quando aprendemos a dizer “não”, a priorizar, entenda, muita gente pode não aceitar, criticar e até se afastar, mas lembre-se, é impossível agradar a todos. É preciso focar para não se arrepender depois.

Neste exato momento em que escrevo este texto, por exemplo, é natural que precise de uma dose maior de concentração. Se parar para atender algo que não é importante, acabo perdendo o foco totalmente.

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E o que saber dizer “não” tem a ver com nossas finanças e planos de vida? Muito! Pensei em algumas situações para ver se você se reconhece em algumas:

No trabalho. Você está lotado de trabalho, mal tem tempo para respirar, mas alguém te liga no meio do dia e, por receio de ser mal interpretado ou de ofender a pessoa, você não consegue cortá-la e perde um tempo precioso.

Quando você quer ficar sozinho. Alguém te convida para acompanhá-lo a um compromisso naquele dia em que sua maior vontade é assistir a um filme na cama e descansar, afinal o dia seguinte será extremamente corrido, mas você vai, afinal, se sentiria mal em deixar a pessoa ir sozinha.

Emprestando dinheiro. Um conhecido te pede um empréstimo, mas você mal está conseguindo pagar as próprias contas, só que tem vergonha de dizer “não”. Fiquei sabendo outro dia de uma menina que, por vergonha de falar não ao namorado, que era um consumista assumido e lhe pedira um dinheiro emprestado, acabou ela mesmo fazendo um empréstimo no banco (sem que ele soubesse) para conseguir o dinheiro e dar a ele.

Também me contaram um outro caso em que uma pessoa, que morava sozinha em um apartamento alugado de três quartos, pediu uma boa quantia a um parente para poder saldar algumas dívidas de condomínio e continuar morando ali.

A proposta para quitar tais dívidas e morar em um apartamento menor e mais barato foi descartada na hora: “Ah, não consigo morar em apartamento pequeno”. Pois bem, mas e quem banca isso? Certamente as pessoas que não conseguem dizer “não”. Não é uma loucura?

Na hora de comprar. Você entra em alguma loja, pede para provar um monte de coisas e depois se sente mal por não levar nada e acaba comprando algo. Tem muita gente que faz isso. Assim como tem gente que tem receio de gastar pouco demais e pagar no cartão, e etc.

Recebendo telefonemas. E sabe quando aquele vendedor te liga oferecendo um produto? Ou alguém de alguma instituição que você nem conhece te aborda na rua para pedir uma doação? Pode ser que, por vergonha, você acabe concordando. Não era o que você queria, vai fazer falta no orçamento e você nem está certa de que o projeto existe e funciona, mas você não conseguiu falar “não”.

Viu como apenas alguns exemplos mostram o quanto um “sim” dito em um momento errado pode prejudicar nossos planos? Não estou dizendo com isso que precisamos dizer “não” a tudo.

É claro que há momentos em que teremos que esquecer um pouco de nós para auxiliar, dar atenção ao outro, fazer um trabalho emergencial, e etc., mas é preciso pesar de acordo com prioridades e real importância.

Se um “sim” pode te prejudicar, seja perdendo tempo, energia ou dinheiro, é melhor ser sincero e explicar a situação. Entenda que alguns de nossos “nãos” é que vão contribuir para sermos mais valorizados. Até em um relacionamento amoroso!

E muitas das pessoas que sabem dizer “não” se apoiam naquelas que só conseguem dizer “sim” para realizar seus desejos.

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Truques para dizer “não”

E agora vamos à parte importante, que é aprender a dizer “não” com menos dificuldade. É claro que se trata de um treino que, como tudo na vida, vai sendo mais bem realizado quanto mais frequente for.

Fazendo isso, certamente você conseguirá priorizar melhor seu tempo, gastar melhor seu dinheiro, e organizar melhor seus caminhos para realizar seus sonhos, e não apenas os dos outros. Vamos lá?

  • Seja direto: Não é preciso detalhar as justificativas. Quando não puder fazer algo, simplesmente diga que precisa priorizar outros afazeres;
  • Não peça desculpas: A não ser que a sua intenção e desejo de fato fosse dizer “sim”, mas não o fez porque realmente não pôde, pedir desculpas dará a ideia de que está errado e o fará sentir-se mal;
  • Peça um tempo: Diga que não consegue responder agora, mas que vai pensará e responderá em breve (desta forma você pode avaliar com calma caso esteja em dúvida quanto à resposta);
  • Esteja atento a manipuladores: Algumas pessoas gostam de prestar favores ou fazer algo legal um dia já visando a um determinado pedido no outro, certas de que a pessoa não se recusará a atendê-lo por conta disso. Aprenda a diferenciar. Um amigo de verdade não age assim!

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